Título: Profissionais elogiam mudança
Autor: Salgado, Raquel e Watanabe, Marta
Fonte: Valor Econômico, 27/08/2007, Brasil, p. A4

A mudança nos leilões do TRT foi bem recebida até por quem já os freqüentava nas varas, antes da unificação. A maioria dessas pessoas vai aos leilões para fazer dinheiro, comprando bens mais baratos para depois revendê-los por preços muito mais altos no mercado. Leonardo dos Anjos, advogado que trabalha na área de falências, conta que vai sempre a leilões judiciais e, assim como boa parte dos freqüentadores, tem preferência por imóveis e carros. Na quarta-feira, ele arrematou um Peugeot 406, avaliado em R$ 35 mil, pelo lance mínimo, de R$ 10,5 mil e calcula que conseguirá vendê-lo por pelo menos o dobro do preço.

A maior rapidez na liberação dos bens arrematados faz com que o comerciante Roberto Ferreira da Silva freqüente mais os leilões. "Venho em todos de ações trabalhistas", conta ele, que arrematou seu primeiro lote há dois anos. Silva explica que tem no leilão uma forma de investimento. "Gasto um dinheiro para comprar um bem e depois o multiplico", afirma Anjos.

Leandro, estagiário de advocacia que preferiu não dizer seu sobrenome, vai aos leilões atrás de bens para o escritório onde trabalha. Pegou gosto pela coisa e em março deste ano comprou uma casa na Mooca no valor de R$ 145 mil, para onde vai se mudar no fim deste ano. "A unificação deixou tudo mais concorrido, mas a garantia de entrega do bem também ficou maior", diz. Além disso, ele elogia a rapidez do processo. Leandro comprou sua casa em março e em junho estava com as chaves nas mãos. No leilão de quarta-feira, arrematou para o escritório a metade ideal de um apartamento nos Jardins. Ele diz que a idéia é que o escritório consiga na Justiça que a outra parte do imóvel também vá a leilão mais para frente.

A reunião dos leilões também ampliou sua participação entre os comerciantes especializados na compra e venda de bens em leilão. O comerciante Mauro Dionízio da Silva freqüenta leilões judiciais há 30 anos, mas passou a participar dos pregões trabalhistas somente depois da centralização das hastas. "Agora, com a nova divulgação, dá para acompanhar melhor os pregões." Na quarta-feira, Silva arrematou pelos menos dois ônibus, sua especialidade. Um Mercedes Benz avaliado em R$ 37 mil foi adquirido por R$ 20 mil. Segundo ele, será possível ter um lucro de cerca de 10% na venda. Outro veículo, um ônibus, foi arrematado por R$ 11,7 mil e avaliado a R$ 29,4 mil. (MW e RS)