Título: Sobrevivência das microempresas aumentou, mostra pesquisa do Sebrae
Autor: Folhapress
Fonte: Valor Econômico, 21/08/2007, Brasil, p. A3

A busca por mais informações para gerir um negócio tem contribuído para aumentar a sobrevivência das micro e pequenas empresas brasileiras. Entre os anos de 2003 e 2005, 78% dos novos negócios abertos permaneceram no mercado, segundo pesquisa divulgada ontem pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

No levantamento anterior, que levou em conta as empresas abertas entre os anos 2000 e 2002, o índice de permanência era de 50,6%, ou seja, praticamente metade "morreu" depois de dois anos de funcionamento. A pesquisa "Taxa de Sobrevivência e Mortalidade das Micro e Pequenas Empresas" foi feita pelo instituto Vox Populi, que ouviu 14.181 empresas ativas e extintas em todo o Brasil entre os anos 2003 a 2005.

Outro fator apontado pela pesquisa como relevante para o aumento da sobrevivência desses negócio é a elevação do nível educacional dos empreendedores. "Empreendedores mais bem capacitados e informados em um ambiente econômico favorável é a receita adequada para a maior sobrevivência das empresas", explicou Luiz Carlos Barboza, diretor-técnico do Sebrae.

Na pesquisa anterior, que analisou as empresas abertas entre os anos 2000 e 2002, 3% dos empresários tinham até a 4ª série e 7% completaram o ensino fundamental. Já no levantamento que leva em conta as empresas abertas entre 2003 e 2005, esses percentuais passaram para 2% e 8%, respectivamente. Entre os que têm superior incompleto, o percentual passou de 46% para 49% e os que completaram o nível superior, o índice passou de 29% para 30%.

A pesquisa mostrou ainda quanto tempo os empresários que não conseguiram sobreviver no mercado levaram para fechar suas empresas. Foram verificadas 753 empresas extintas, ou seja, que estão com as atividades paralisadas, mas não necessariamente estão fechadas legalmente. Desse total, 180 foram fechadas em 2003, 127 em 2004, e 446 em 2005.

O maior período gasto para se fechar uma empresa foi registrado em 2004, quando 37 empresas levaram 137 dias para dar baixa na Junta Comercial. Já em 2003, o prazo foi de 113 dias para as 48 micro ou pequenas empresas que optaram pelo fechamento. Já em 2005, das 446 empresas extintas que fizeram parte da pesquisa, 145 gastaram 84 dias para encerrar legalmente as atividades.

Os empresários que não deram baixa legalmente responderam que não fizeram isso por ter esperança de reabrir o negócio (39%). Outros 23% alegaram que o fechamento não foi feito devido a burocracia exigida.