Título: Líder do PSDB na Câmara quer que partido unifique discurso sobre CPMF
Autor: Lima, Marli
Fonte: Valor Econômico, 21/08/2007, Política, p. A8

O deputado Antonio Carlos Pannunzio, líder do PSDB na Câmara, disse ontem que os tucanos precisam unificar os discursos em torno de assuntos polêmicos, como a CPMF. "Temos uma parcela importante de parlamentares e militantes do PSDB que não são favoráveis ao tributo, e outra parcela que entende a necessidade da manutenção do mesmo, mas em outros moldes. Esse é um tema que precisaria unificar", afirmou, durante encontro realizado em Curitiba (PR) para discutir propostas para o partido.

O assunto da reunião, a sexta realizada com integrantes do partido para tratar do futuro, foi desenvolvimento urbano, mas do lado de fora do auditório a CPMF e a permanência ou não do senador Renan Calheiros no Congresso foram os principais assuntos. "Essa paralisação do Senado está atrapalhando o Brasil, e o que é lamentável é que seu presidente continua totalmente insensível a isso", comentou Pannunzio. "Dizem até que ele teria reforçado sua posição, porque com a preocupação que o governo tem de aprovar a CPMF, estaria com as últimas cartas na manga pra poder fazer alguma troca com o governo do presidente Lula."

Além dele, outros integrantes do partido criticaram a possibilidade de estar sendo montada uma manobra para inocentar Renan em troca da aprovação da CPMF. "Não podemos aceitar que o governo estabeleça uma barganha. Espero que seja votada com brevidade a perda do mandato", afirmou o deputado paranaense Gustavo Fruet. Mas, para ele, o PSDB preciso aprender a falar sobre o que mexe com a população, porque só denúncias não têm reduzido a popularidade dos atuais governantes.

O ex-governador Geraldo Alckmin também esteve em Curitiba, mas evitou falar em candidaturas. Ele disse que está dando aulas em duas universidades e voltando à atividade médica. O governador de São Paulo, José Serra, chegou para fazer o encerramento e deu algumas sugestões ao partido, principalmente na área de comunicação. O tucano fez uma comparação entre uma galinha e uma pata. A primeira, disse, bota um ovo pequeno e faz bastante barulho. A segunda bota um ovo grande e fica quieta. Na opinião dele, o PSDB precisaria pelo menos encontrar um meio termo. "O PSDB está mais para pata que para galinha", concluiu.