Título: Crivella negocia com PMDB candidatura
Autor: Grabois, Ana Paula
Fonte: Valor Econômico, 21/08/2007, Política, p. A8

A ala ligada a Anthony Garotinho no PMDB do Rio cogita lançar o senador Marcelo Crivella, atualmente no PRN, para ser pré-candidato da legenda na eleição para a capital do Rio no ano que vem. Segundo assessores, Crivella, entretanto, somente mudaria para o PMDB caso fosse o único pré-candidato. A mesma ala, entretanto, não quer desistir de outra pré-candidatura, a da já anunciada do deputado federal Marcelo Itagiba.

Garotinho, atual presidente do PMDB do Rio e ex-governador do Estado, também é um potencial candidato mas, ao menos por enquanto, está inelegível por decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) e vem medindo forças regionalmente dentro da legenda com o governador do Rio, Sérgio Cabral.

Na semana passada, Cabral, em fase de alta popularidade, chegou a conversar com o prefeito da cidade, Cesar Maia para uma futura aliança com o DEM e avaliam lançar um nome de consenso sem a ingerência de Garotinho. O atual governador também é forte aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e poderia compor com um candidato petista .

Enquanto a reunião na sede do PMDB local ocorria no final da tarde de ontem na sede do partido, o senador Crivella participava do lançamento do "Bloco de Esquerda", um ato em defesa da união com PSB, PDT, PC do B, PMN e PHS.

A formação do bloco tem como objetivo as eleições na capital, especialmente para ocupar o vácuo deixado pelo PT como um partido identificado com a esquerda, hoje mais ocupada pelo pequeno P-Sol.

"Não temos a mesma visão do P-Sol ou do PSTU nem somos oposição ao governo", disse o atual ministro dos Esportes, Orlando Silva (PC do B). Para o vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, a formação do bloco é "fundamental" para 2008. "Não podemos ser derrotados pela direita e pelos conservadoras no Rio de Janeiro", disse Amaral.

Já a ex-senadora do PC do B e atual secretária de desenvolvimento de Niterói (RJ), Jandira Feghali, outra pré-candidata à prefeitura do Rio, disse que o bloco começou a ser alinhavado na Câmara dos Deputados, quando o PT passou a se voltar ao PMDB. Para Feghali, o bloco foi formado por razões políticas, mas deve contribuir para o debate eleitoral.

O ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), também presente no evento, disse que a chamada força de esquerda "não pode se esgotar na figura do presidente Lula". O PDT também tem pré-candidatos ainda informais, como o deputado federal Miro Teixeira e o deputado estadual Paulo Ramos.