Título: Blair critica os subsídios agrícolas
Autor: Assis Moreira De Davos, Suíça
Fonte: Valor Econômico, 27/01/2005, Especial, p. A9

Depois do presidente francês, foi a vez do primeiro-ministro britânico, Tony Blair, entrar no palco no encontro do Fórum Econômico Mundial. Ele defendeu que os países industrializados abram seus mercados e cortem seus subsídios, incluindo os mais polêmicos como algodão e açúcar, que foram alvos de ação do Brasil na Organização Mundial de Comércio (OMC) contra os Estados Unidos e a União Européia. O premiê britânico está na presidência do G-8, o grupo das nações mais ricas do mundo e espécie de diretório global, e prometeu que na reunião de julho, no Reino Unido, tentará avançar na ajuda financeira para a África, que poderá chegar a US$ 25 bilhões, se tudo der certo. Na tentativa de obter o apoio dos EUA, que se recusam a assinar o Protocolo de Kyoto, Blair disse que o pacote de medidas "práticas" do G-8 para cortar emissões de gases não conduzirá a cortes "drásticos" nos padrões de vida nem no crescimento econômico. E acrescentou que o G-8 quer trabalhar com emergentes como Brasil, Índia, China e África do Sul para alcançar um "novo consenso" na área climática. Ele insistiu que a administração americana, sob George W. Bush, está agora engajada com a comunidade internacional. Enquanto Blair convocava os membros presentes em Davos para prestarem atenção nas mudanças climáticas, uma pesquisa divulgada no Reino Unido pela revista "Nature" mostra que, se as emissões de dióxido de carbono continuarem crescendo, a média de temperatura global poderá subir em até 11°C. Mesmo se os níveis de CO²subirem menos que o previsto, a temperatura poderá subir o suficiente para causar problemas como a elevação do nível do mar.