Título: Aécio quer Confins como alternativa
Autor: Lyra, Paulo de Tarso
Fonte: Valor Econômico, 23/08/2007, Brasil, p. A4

O governador de Minas, Aécio Neves, apresentou ontem ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao ministro da Defesa, Nelson Jobim - em audiências separadas - a proposta de que o aeroporto de Confins torne-se um "hub" de vôos nacionais e internacionais, transformando-se, assim, em alternativa à diminuição do tráfego aéreo de Congonhas. O governo federal vem optando por um caminho diverso: a reparação de Viracopos (Campinas) e Guarulhos, ambos em São Paulo. "Mais do que a construção de uma terceira pista aqui, ou de um novo aeroporto acolá, Confins é uma alternativa real à redução dos vôos de Congonhas", defendeu o governador.

Para Aécio, não faz sentido todos os vôos nacionais e internacionais passarem, obrigatoriamente, por São Paulo. Ele defende que Minas tem plenas condições de comportar vôos que partem da região Sul para Estados do Nordeste ou Centro-Oeste. "Isso pode acontecer com alguns vôos internacionais", acrescentou, sem especificar quais.

O governador disse que o Estado investiu R$ 350 milhões na Linha Verde, via expressa de 38 quilômetros que liga o centro de Belo Horizonte ao aeroporto de Confins. "Queremos também ampliar o terminal de passageiros e aumentar a pista, dos atuais 3 mil metros para 3,6 mil metros, possibilitando que o aeroporto receba aviões de carga", completou Aécio.

Ontem, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, disse que vai abrir um processo administrativo contra a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). Jobim considerou que a juíza do Tribunal Regional Federal (TRF) Cecília Marcondes foi "ultrajada" pela diretora da agência, Denise Abreu. Cecília disse que recebeu das mãos de Denise um documento com falsas medidas de segurança para pousos de aviões em pista molhada no aeroporto de Congonhas. Jobim deve pedir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva o afastamento dos envolvidos no caso. O ministro conversou com a juíza e ela afirmou ter se sentido "ultrajada" com o fato, uma vez que escreveu sua decisão de autorizar o pouso das aeronaves com base nos documentos. Em dezembro do ano passado, em uma reunião entre a Anac e as companhias aéreas Gol, TAM e BRA, ficou decidido elaborar esse documento.

O presidente da Anac, Milton Zuanazzi, afirmou que está "tranqüilo" quanto à abertura do processo. Segundo ele, a investigação poderá "limpar" a Anac do episódio. (Com Folhapress, de Brasília)