Título: Problemas nos EUA e Zimbábue ajudam país a exportar mais fumo
Autor: Ivana Moreira
Fonte: Valor Econômico, 27/01/2005, Especial, p. A12

A fabricação de cigarros no Brasil consome apenas 15% do tabaco produzido no país. A maior parte do produto se destina à exportação, que vem aumentando ano a ano. Em 2004, as vendas externas de fumo somaram US$ 1,48 bilhão, 24% mais do que as do ano anterior. Já no ano retrasado, as exportações de tabaco somaram US$ 1,13 bilhão. A queda do consumo interno de cigarros de papel contribui apenas em pequena parte para o aumento das vendas externas de fumo. O que explica mesmo o crescimento de 24% no ano passado foram os problemas enfrentados por outros dois países produtores e concorrentes do Brasil: os Estados Unidos e Zimbábue, na África. A queda do dólar no mundo comprometeu a competitividade dos produtores americanos, especialmente nas vendas para a Europa. Já os produtores africanos tiveram problemas com a disputa entre raças e a reforma agrária no país, o que diminuiu a produção no ano passado. Mais de 70 países compram fumo do Brasil. Cerca de 42% das exportações em 2004 foram destinadas aos países pertencentes à União Européia. Os principais compradores foram Alemanha e Inglaterra. "Na exportação de fumo vamos continuar crescendo", afirma o presidente do sindicato das indústrias, o Sindifumo, Cláudio Henn. No total, o país produziu 884 mil toneladas de fumo no ano passado. Os Estados de Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul foram responsáveis por 852 mil toneladas. O restante foi produzido nos Estados do Nordeste. O fumo cultivado na Região Sul destina-se principalmente para a fabricação de cigarros convencionais. Já a produção do Nordeste está voltada para a fabricação de charutos. Apenas 16 indústrias têm autorização do governo para fabricar cigarros no país. Seis delas estão de portas abertas por força de ordem judicial. Outras cinco empresas têm autorização para importar cigarros e vendê-los no mercado interno (IM).