Título: TCU suspende leilões da CEF para equipar lotéricas
Autor: Taís Fuoco
Fonte: Valor Econômico, 27/01/2005, Empresas &, p. B4

O pregão eletrônico previsto para acontecer na manhã de ontem, em Brasília, no qual a Caixa Econômica Federal (CEF) escolheria fornecedores de 6,6 bilhões de volantes e de 6,7 milhões de bobinas para as casas lotéricas, foi interrompido por questionamentos feitos pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Esse seria o segundo dos quatro leilões com que a Caixa espera modernizar, até a metade de 2006, as cerca de 9 mil casas lotéricas do país, em um processo que envolve recursos de mais de R$ 1,3 bilhão. Segundo a assessoria de imprensa da CEF, o TCU, na verdade, não analisou o mérito, mas transferiu questionamentos que chegaram por meio de um escritório de advocacia, cujo nome e cliente ainda não foram divulgados. Comenta-se no setor que o questionamento teria partido de um advogado que afirma que a especificação da bobina solicitada só tem um fabricante no país, a Votorantim Celulose e Papel (VCP). Como a escolha dos equipamentos que registram as apostas depende do tipo de bobina usada, a decisão do TCU de questionar o processo também envolveu o leilão de amanhã, onde seria escolhido o fornecedor dos 25 mil equipamentos. A Caixa informou que irá responder às dúvidas do TCU ainda hoje. Por enquanto, nada impede que o pregão da próxima segunda-feira, o último deles, aconteça. Nele será escolhido o fornecedor da nova rede de telecomunicações com que as 9 mil casas lotéricas serão interligadas. Com os quatro pregões, a Caixa, além de renovar os equipamentos e a rede de telecomunicações das lotéricas, irá também substituir a atual fornecedora, a americana Gtech, que presta todos esses serviços para a rede de lotéricas desde 1997. A companhia, que teve seu nome envolvido no escândalo do ex-assessor do Palácio Waldomiro Diniz, não informa se vai disputar os leilões, mas acredita-se que ela entre nos dois últimos, que envolvem os maiores valores. A Gtech tem contrato com a CEF até maio deste ano. Segundo o governo, a Caixa irá propor um contrato de transição com a empresa por 12 meses para a migração dos atuais sistemas para os novos, mas os detalhes só serão discutidos entre as partes após os pregões. O primeiro leilão, realizado na segunda-feira, escolheu o prestador de serviços de guarda, transporte e distribuição de suprimentos, como volantes de jogos, bobinas e bilhetes. A vencedora foi a Trans-World Transportes Especiais, com uma proposta de R$ 36,7 milhões por 36 meses.