Título: Inmetro torna mais rígidas regras para importados
Autor: Bispo, Tainã
Fonte: Valor Econômico, 28/08/2007, Empresas tendências e consumo, p. B5

A fabricante brasileira de brinquedos Gulliver enviou ontem uma carta de esclarecimentos ao Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC), órgão ligado ao Ministério da Justiça, sobre a linha de produtos Magnetix. Há cerca de quatro meses, uma criança brasileira engoliu uma peça do brinquedo que continha ímã. Devido a essa acidente, a entidade havia notificado a empresa na semana passada para pedir informações sobre o brinquedo, que foi criado pela canadense Mega Brands, fabricado na China e importado pela Gulliver. O órgão deve divulgar ainda hoje uma resposta afirmando ter aceitado ou rejeitado tais explicações. O DPDC decidirá se a Gulliver precisará fazer um recall dos produtos.

Para aumentar a segurança dos brinquedos, o Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) publicou, ontem, uma portaria no Diário Oficial da União, modificando algumas diretrizes para a certificação de produtos importados, que agora deve ser feita sempre lote a lote.

Antes da portaria, as empresas podiam escolher entre dois tipos de certificação. A menos custosa - e mais utilizada por grandes importadoras, como Gulliver e Mattel - deixa de existir para produtos importados. Nesse método, a fabricante trazia uma amostra do produto, recebia a certificação e passava a importá-lo. A mercadoria passava por outras duas certificações durante o ano.

Na certificação lote a lote - que passou a valer como única alternativa para o importado desde ontem -, o técnico do instituto certificador deve analisar uma amostra de cada lote que estiver chegado ao Brasil, algo que leva cerca de 20 dias. Ou seja, enquanto não for feita a certificação, a importadora não pode distribuir o produto. O risco é muito maior.

Alfredo Carlos Lobo, diretor do Inmetro, diz que outras medidas foram tomadas. O órgão só aceitará brinquedos com ímã encapsulado e aumentará a freqüência com que o próprio Inmetro analisa brinquedos - de uma vez por ano para cada quatro a cinco meses.

Por enquanto, a Gulliver mantém a mesma estratégia divulgada na semana passada. A empresa está recolhendo a mercadoria da linha antiga que ainda está no varejo. Em um primeiro momento, a companhia disse que havia 35 mil itens no mercado - já vendidos ou no estoque de varejistas. Ontem, no entanto, a empresa retificou esse número, que pulou para 49.674. A Gulliver explica que há, também, itens do Magnetix da linha nova que, por ter o mesmo código de produto do antigo, serão recolhidos por precaução.

Os consumidores poderão, a partir do dia 1º de setembro, trocar produtos do Magnetix. A Gulliver divulgará, dia 29, uma lista dos locais autorizados a fazer a troca do produto.