Título: Magistrados já buscam vagas
Autor: Thiago Vitale Jayme
Fonte: Valor Econômico, 27/01/2005, Legislação & Tributos, p. E1

As associações de magistrados pretendem participar da escolha dos desembargadores e juízes que farão parte do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Já há movimentação nos bastidores das entidades para eleger possíveis candidatos e sugeri-los aos tribunais superiores, encarregados de fazer as escolhas. Curiosamente, até a Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), autora de ação direta de inconstitucionalidade (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o conselho, se movimenta. "Estamos no aguardo de uma resposta do Supremo quanto aos critérios a serem adotados para as escolhas. Se a AMB puder participar, evidente que vamos ouvir os associados", revela o presidente da entidade, Rodrigo Collaço. A associação ajuizou a Adin contra o conselho no dia 9 de dezembro. Na ação, a entidade define o órgão como "um nítido retrocesso do processo democrático, com a evidente quebra do equilíbrio entre os poderes criados pelo legislador constituinte de 1988". O presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), Jorge Maurique, já abriu inscrições para pré-candidaturas dentro da entidade. Hoje é a data final para a apresentação dos postulantes. A partir dos nomes apresentados, a associação definirá uma lista com seus associados. "Já estamos fazendo consultas nos Estados", diz. Maurique pretende ampliar a influência da Ajufe dentro do conselho. "Queremos ter voz ativa dentro das discussões do conselho e que as associações de magistrados sejam ouvidas na hora da tomada de decisões", diz. A idéia de Maurique é aproveitar os debates de regulamentação do conselho para aumentar a influência das entidades de classe nos debates. A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) pediu audiência com o presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Vantuil Abdala, para definir como vai participar das escolhas dos nomes. O pedido foi definido depois de um encontro entre todas as entidades estaduais em Porto Alegre, na terça-feira. "Devemos partir para uma consulta a todos os associados para indicarmos nomes com legitimidade", diz Grijalbo Coutinho, presidente da Anamatra. O juiz destaca que a entidade defendeu um Conselho Nacional de Justiça com mais de 15 integrantes e participação maior da sociedade, em contraponto ao pensamento de grande parte da magistratura. Mesmo assim, participará do conselho. (TVJ)