Título: Mais grupos se formam para tentar salvar Doha
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Fonte: Valor Econômico, 12/09/2007, Brasil, p. A5

O Brasil integra agora o G-8, criado esta semana e que deverá se tornar o centro real da negociação agrícola na Organização Mundial do Comércio (OMC). Os outros membros são do antigo G-4 - Estados Unidos, União Européia e Índia -, além da Argentina, Austrália, Canadá (exportadores agrícolas) e Japão.

Esse novo grupo está se reunindo com freqüência e convidando outros países para discutir soluções técnicas específicas que ajudem a negociação avançar. Como sempre ocorre, entre os que ficaram fora a ciumeira já começou. A Costa Rica teria sido vetada pelo Brasil para participar de discussão sobre tarifas. Um negociador brasileiro explicou que está sendo convidado quem mais pode contribuir tecnicamente.

Representantes de outros países emergentes indagam a jornalistas afinal que grupo é esse. Só que surgiu mais um, que está sendo chamado de "grupo dos amigos do mediador agrícola", no qual o Brasil também está dentro. Duas iniciativas paralelas, com reuniões restritas de países, também estão ocorrendo.

Nessa proliferação de grupos e de reuniões, negociadores baixaram o pessimismo em relação a primeira das três semanas ditas cruciais. O mediador Crawford Falconer deve submeter novo texto de compromisso sobre cortes de tarifas e subsídios em outubro.

Só que há um detalhe: na questão maior, dos subsídios domésticos, tudo se reduz a saber quanto os Estados Unidos estão dispostos a cortar as ajudas que mais distorcem o comércio e as subvenções especificas por commodity. E Washington não dá sinal de se mover, participando de todos os grupos e reuniões. (AM)