Título: Itajaí e Rio Grande definem projetos
Autor: Francisco Góes
Fonte: Valor Econômico, 28/01/2005, Empresas &, p. B6

Os portos de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul receberão uma parcela significativa do bolo federal, em contraste com o porto de Paranaguá, no Paraná. O Porto de Itajaí (SC) ficará com R$ 46 milhões, o de São Francisco do Sul (SC) receberá cerca de R$ 30 milhões e o de Rio Grande (RS), cerca de R$ 50 milhões. Os recursos federais em Itajaí servirão para obras de infra-estrutura marítima e construção de via de acesso exclusiva ao porto. Além desse montante, o porto deve receber R$ 40 milhões em investimentos por parte do município de Itajaí, responsável pela sua administração. Já o terminal privado, Teconvi, deverá investir outros US$ 30 milhões até 2008. "Nunca tivemos tantos recursos disponíveis", diz o diretor do Porto de Itajaí, Marcelo Salles. A verba federal vai ajudar na expansão não só das atividades administradas pelo município como também as atividades privadas do Teconvi. O terminal privado, que representa cerca de 90% da movimentação total de Itajaí, quer que a verba corrija deficiências na bacia de evolução, aumentando-a e aprofundando-a, permitindo a otimização do porto. "Nossa expectativa é muito grande em relação a esses recursos federais. Acreditamos que dessa vez eles venham. Afinal, faz muito tempo que o governo federal não investe em portos", comenta o diretor do Teconvi, Cláudio Daudt. Na opinião do executivo, os recursos são suficientes para melhorar a infra-estrutura marítima, mas será preciso que a destinação de verbas seja constante para que uma via de acesso ao porto possa também ser construída. "Os portos têm que continuar sendo prioritários para o governo", diz. Já em Rio Grande, de acordo com o diretor técnico da superintendência do porto, Carlos Renato Rodrigues, a verba federal de cerca de R$ 50 milhões terá como obra prioritária o aprofundamento do porto novo de 31 pés para 40 pés, de forma a permitir que o porto receba navios com cargas mais volumosas. "Cada pé de aprofundamento são dois milhões de quilos que o navio pode levar a mais", exemplifica Rodrigues. Hoje, navios com contêineres acima de 31 pés possuem apenas uma opção em Rio Grande. Rodrigues diz que os recursos não estão garantidos ainda pelo governo, mas houve vários contatos do Ministério para saber as necessidades do porto. "Acho o montante excelente. Temos 99% de certeza de que ele vai sair. Somos o único porto do Brasil que concorre com portos do Mercosul. E somos o porto mais profundo da região", afirmou o executivo, destacando as razões que ele acredita terem sido determinantes para o alto volume de recursos destinados ao porto. Além das obras de aprofundamento, Rio Grande pretende aproveitar parte dos recursos para melhorar a sinalização. As bóias hoje existentes e mantidas pela marinha possuem apenas "pisca-pisca" e o porto pretende ter um sistema inteligente, que ofereça informações sobre condições de corrente, salinidade e direção do vento. De acordo com Rodrigues, o porto tem orçado aproximadamente R$ 30 milhões para investimentos em 2005 e arrecada cerca de R$ 40 milhões por ano.