Título: Desconto pesa mais que luxo na compra do carro
Autor: Marli Olmos
Fonte: Valor Econômico, 28/01/2005, Empresas &, p. B7

A compra de um automóvel tende a ser cada vez mais racional. Inclusive nos países ricos. Ao serem questionados sobre os critérios que mais influenciarão a escolha de um carro nos próximos cinco anos, os executivos da indústria automotiva colocaram itens de luxo e sistemas eletrônicos de comunicação em último lugar. Descontos nos preços, praticidade e facilidade de manutenção ocuparam as primeiras posições. Pelo quarto ano consecutivo, a KPMG , consultoria internacional, fez uma pesquisa com os principais executivos de montadoras e fabricantes de autopeças dos Estados Unidos, Europa e Ásia. Os resultados demonstram como a racionalidade e praticidade ganham peso cada vez maior. A participação dos componentes eletrônicos na valorização de um carro era dada como certa para 76% dos entrevistados nas pesquisas de 2002 e 2003. No ano passado, porém, esse aspecto foi apontado por 47% dos entrevistados. "Os equipamentos eletrônicos são importantes, mas os componentes mecânicos oferecem diagnóstico mais fácil quando surge um problema", destacou um dos entrevistados da Europa. A segurança tem hoje mais valor do que o luxo. Em comparação à pesquisa de 2003, o ítem luxo caiu de 53% para 35% na avaliação dos aspectos que determinam a compra de um automóvel. E os efeitos da crise do petróleo apareceram à medida em que os entrevistados deram importância aos modelos híbridos e aos combustíveis alternativos. O avanço da tecnologia das células de combustível são a discussão do momento para 82% dos entrevistados. "Nesse aspecto, a tecnologia brasileira do bi-combustível (carros que funcionam com álcool ou gasolina) tende a ganhar espaço", destaca o sócio da KPMG no Brasil, Charles Krieck. Outro ponto de destaque do trabalho está no reconhecimento mundial do avanço dos asiáticos. Para 97% dos executivos ouvidos, as marcas asiáticas vão avançar no mercado mundial. Para 45%, as americanas vão perder espaço e para 45% as européias vão se manter estáveis. (MO)