Título: Rio corta pessoal e controla freqüência de servidor para modernizar gestão
Autor: Grabois, Ana Paula
Fonte: Valor Econômico, 17/09/2007, Brasil, p. A2

Regis Fichtner: "Quando passamos a exigir o cumprimento dos horários, verificamos que havia sobra de servidores" O governo do Estado do Rio vai adotar o ponto eletrônico por meio da impressão digital em máquinas biométricas para controlar a freqüência dos servidores públicos. "Quando chegamos, havia muitos casos de servidores que trabalhavam um dia sim, um dia não e de outros que não cumpriam a carga horária", disse o secretário-chefe da Casa Civil, Regis Fichtner.

A iniciativa começará a ser aplicada no Palácio Guanabara, sede do governo do Estado, no Palácio Laranjeiras, residência oficial do governador Sérgio Cabral (PMDB), e na representação do governo do Rio em Brasília. Ontem, a Casa Civil anunciou também o corte de 120 servidores que ocupavam cargos comissionados ou eram aposentados que voltaram ao Estado como prestadores de serviço, o equivalente a 15% do corpo funcional da secretaria. "Quando passamos a exigir o cumprimento dos horários, verificamos que não tinha trabalho para todo mundo. Havia sobra de servidores", afirmou o secretário.

Fichtner prevê uma economia de R$ 4 milhões em um prazo de um ano somente com as demissões - cerca de 10% do orçamento com pessoal da secretaria - e não descarta mais cortes na sua pasta. Ele ainda estima gastar menos R$ 1 milhão ao ano com a racionalização de atividades, como a redução de estruturas que faziam o mesmo trabalho e da frota de carros.

O corte de pessoal e o controle da freqüência fazem parte de um projeto de modernização e de melhoria na eficiência do governo do Estado e serão adotados nas demais secretarias do governo do Rio. O projeto, que deve começar este mês nas pastas do Planejamento, Educação e Fazenda, recebeu consultoria do Instituto de Desenvolvimento Gerencial (INDG), empresa que já prestou serviços na melhoria da eficiência do governo de Minas Gerais, na gestão Aécio Neves (PDSB).

A modernização da gestão estadual contempla ainda a maior informatização e o treinamento profissional. "Encontramos a secretaria na Idade da Pedra", afirmou o secretário.

O governo do Rio tem feito um ajuste fiscal para equilibrar as contas e conseguir zerar o déficit entre despesas e receitas de R$ 1,5 bilhão que encontrou no início do ano ao receber o Estado da ex-governadora Rosinha Matheus (PMDB). Na área de pessoal, foram cortados 30% dos funcionários que estavam em cargos comissionados.

Até dezembro deste ano, serão demitidos 2 mil servidores terceirizados da Nuseg, um núcleo de fornecimento de mão-de-obra da Universidade Estadual do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Os contratos de trabalho com a Nuseg foram considerados ilegais pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) e pelo Ministério Público Estadual.