Título: Exportação e mercado interno fazem CNI rever para 4,7% previsão de alta do PIB
Autor: Arnaldo Galvão
Fonte: Valor Econômico, 27/09/2007, Brasil, p. A4

A demanda internacional por produtos exportados pelo Brasil, principalmente commodities, e o aquecimento do mercado doméstico foram as principais causas que levaram os economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) a revisar para 4,7% sua expectativa para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2007. No início do ano, a projeção era de 4,2%, mas já tinha sido alterada para 4,5%.

A CNI também elevou a estimativa de crescimento do PIB industrial, que passou de 4% para 4,4%. Essa nova perspectiva indica que o setor deverá contribuir com 1,4 ponto percentual na composição dos 4,7% do PIB. Segundo levantamento da CNI, a maioria dos segmentos industriais vive um "bom momento" e 25% dos setores vem crescendo "em ritmo de dois dígitos".

O aumento "recorrente" das taxas de inflação, desde abril, pode pressionar os integrantes do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central a interromper a trajetória de redução dos juros, que foi iniciada em setembro de 2005. Se isso for confirmado, os economistas da CNI acreditam que haverá restrição na expansão do crédito e contração da demanda, o que deverá prejudicar, principalmente, os produtos de maior valor agregado.

A análise divulgada pela CNI também relaciona a forte expansão da demanda interna com a política fiscal "bastante expansionista". Segundo os economistas, essa "contradição" provoca um aperto monetário maior do que o necessário. Como exemplo, citaram que as despesas do governo vêm crescendo num ritmo de 10% neste ano.

A estimativa de crescimento de 4,3% para a indústria de transformação neste ano é integrada, principalmente, pelas variações de 5% da indústria extrativa mineral, 4,5% da construção civil e 4,2% dos serviços de utilidade pública.

Na avaliação dos economistas da CNI, a indústria, especialmente a de transformação, tem papel "protagonista" no crescimento econômico. Mas eles alertam para o risco de interrupção desse movimento se ocorrer aumento da inflação e parada na tendência de queda dos juros.

O relatório divulgado pela CNI afirma ainda que os indicadores econômicos relativos ao mês de julho mostraram que a utilização da capacidade instalada da indústria registrou aumento de 2 pontos percentuais ante o mesmo mês do ano passado, ao atingir 82,5%. Os níveis não preocupam, diz a entidade.