Título: Petrobras está confiante na licença para unidade em SP
Autor: Rodrigues ,José
Fonte: Valor Econômico, 27/09/2007, Empresas, p. B9

As obras de construção da Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (São Paulo), da Petrobras, com capacidade de produção de 18 milhões de m³ diários, terão a licença de instalação liberadas nos próximos dias pelas autoridades ambientais, marco para o início dos trabalhos. A unidade, denominada "Monteiro Lobato", dividida em três módulos, terá o custo equivalente a US$ 700 milhões e receberá o gás produzido no campo de Mexilhão, com capacidade de produção diária de 9 milhões de m³. Com maturação para 2009, o complexo terá uma extensão de 300 quilômetros de gasoduto, desde o campo de Mexilhão até o município de Taubaté (SP). Até 2013, esse campo produzirá 15 milhões de m³ diários e exigirá expansão da unidade de Caraguatatuba.

Segundo José Luiz Marcusso, gerente geral da Unidade de Negócios de Exploração e Produção da Bacia de Santos, até 2012 a região, com 352 mil km² (do Sul do Espírito Santo ao Norte de Santa Catarina), entre exploração, produção e obras de infra-estrutura exigirá o equivalente a US$ 10 bilhões. A Petrobras e mais 18 empresas detêm a concessão de pouco mais de 10% da área, ou 41 mil km² .

As metas da Bacia de Santos, até 2010, são a de produzir 30 milhões de m³ de gás e 100 mil barris de petróleo por dia. Naquele ano, segundo a estatal, o consumo de gás natural no país equivalerá a 100 milhões de m³ de gás diários, com participação da produção brasileira de 73%, ante os 49% atuais. Em 2007, os investimentos, na região de Santos, serão de R$ 3,1 bilhões, em desenvolvimento da produção e R$ 900 milhões em exploração.

Ao participar do Santos Offshore 2007 - Petro & Gás International Fair, Marcusso disse ao Valor que a Petrobras estuda a instalação de um ponto mais central no litoral da Bacia de Santos para atender as necessidades das plataformas marítimas, desde equipamentos e suprimentos, a transporte de pessoal por helicóptero. "Estamos negociando um convênio com a Base Aérea de Santos para funcionar como ponto para helicópteros, a partir de 2008; quanto aos suprimentos, será escolhido um local no litoral paulista, ainda não definido." Até agora, a Petrobras utiliza aeroportos em Navegantes (SC), Itanhaém (SP) e Jacarepaguá (RJ). Já para o transporte marítimo, a estatal usa os portos de Itajaí (SC) e Rio de Janeiro e Macaé, ambos no RJ.

O campo mais próximo da Baixada Santista é o de Merluza, com gasoduto entrando pelo município de Praia Grande, até a unidade da Petrobras, em Cubatão. A seis quilômetros de Merluza está o campo de Lagosta, que entrará em operação no final de 2008. Ambos vão elevar a produção diária de 1 milhão para 2,5 milhões de m³ de gás. São 213 quilômetros de gasoduto, com investimentos de US$ 210 milhões.

A Santos Offshore 2007 reflete a movimentação do mercado em relação aos projetos na Bacia de Santos. Uma rodada de negócios em torno do evento, segundo seus promotores, deve gerar transações equivalentes a US$ 50 milhões. Além do petróleo e gás, o evento abrange as áreas de petroquímica e química, siderurgia e meio ambiente. Estão envolvidos no evento, a Petrobras, o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) e o Sebrae-SP.

Apenas a Unidade de Negócios da Bacia de Santos, criada em 2006, abriu emprego para 600 pessoas, número que deverá dobrar dentro de três a quatro anos, segundo seu gerente geral. Esse movimento já tem reflexos na economia local. Lançamentos do mercado imobiliário de Santos e região, por exemplo, estão sendo estimulados pela nova força de trabalho, geralmente de médio para alto poder aquisitivo.