Título: Para Aécio, Azeredo deve explicações à sociedade
Autor: Moreira ,Ivana
Fonte: Valor Econômico, 26/09/2007, Política, p. A10

Aécio Neves: governador tucano diz que há uma diferença 'muito grande' entre o mensalão federal e o mineiro O governador de Minas, Aécio Neves (PSDB), falou ontem pela pela primeira vez sobre o inquérito da Polícia Federal que poderá resultar em denúncia ao Ministério Público contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB) e 157 políticos de Minas, do PSDB e de outros partidos, entre eles o próprio governador. "Acho que cada um tem que responder em relação às denúncias", afirmou o governador. "Os homens públicos devem, todos eles, em qualquer momento, estar absolutamente prontos para dar explicações à sociedade."

O documento da PF aponta envolvimento dos políticos num esquema de caixa 2 durante a eleição de 1998, quando Azeredo tentou se reeleger governador de Minas. Segundo Aécio, há uma diferença "muito grande" entre o que ocorreu no plano federal - no episódio conhecido como mensalão - e os problemas que ocorreram na campanha do então candidato Azeredo.

O governador argumentou que conhece bem o senador e ex-governador, que é um "homem de bem". "Ele tem apresentado as suas justificativas e caberá ao procurador, em primeira instância, analisá-las e, obviamente, na seqüência, ao Supremo Tribunal Federal."

Segundo ele, com "serenidade e com muita transparência", Azeredo terá tempo de apresentar os seus argumentos e demonstrar que não há paralelo entre a sua questão e as denúncias que envolveram o PT.

Aécio Neves disse ainda que, no momento oportuno, o PSDB saberá se manifestar na defesa do ex-governador. "Há hoje um aguardo, uma expectativa em relação ao pronunciamento do procurador-geral", observou.

"Na vida pública, repito, nós devemos estar sempre muito abertos e dispostos a dar explicações e é certamente o que o senador Eduardo Azeredo fará no momento em que for necessário", acrescentou Aécio Neves.

O governador não falou sobre a citação do próprio nome na lista anexada ao inquérito da PF. Na semana passada, a assessoria de imprensa do Palácio da Liberdade divulgou nota alegando que o governador considerava a lista falsa, opinião que já havia expressado em 2005, quando o assunto veio à tona pela primeira vez.