Título: Mandl ,Carol
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 01/10/2007, Empresas, p. B5

O empresário mexicano Ricardo Salinas Pliego, que comanda um grupo que fatura US$ 5 bilhões ao ano, estuda levantar uma unidade de etanol no México Depois de anunciar a chegada da rede varejista Elektra e do Banco Azteca ao Brasil, o bilionário mexicano Ricardo Salinas Pliego, avalia novas oportunidades de investimento no país. Etanol, montadora de carros e fábricas de motocicletas e móveis são áreas que estão sendo estudadas pelo presidente do grupo Salinas, um conglomerado que reúne empresas de varejo, instituições financeira, emissoras de televisão e em empresas de telefonia.

Salinas, o terceiro homem mais rico do México e 172 do mundo - dono de uma fortuna de US$ 4,6 bilhões, segundo a revista Forbes - passou esse último fim de semana em Recife, conhecendo bairros pobres da região metropolitana da cidade, como Prazeres e Cavaleiro, onde deverá abrir suas lojas. Essa foi a segunda vez que o empresário esteve na cidade. Em 2006, antes de decidir onde investiria no Brasil, passou pela capital pernambuca. Desta vez, durante a visita, conheceu também Olinda, onde ficará a sede do banco e da varejista, junto com um centro cultural a ser inaugurado. Também aproveitou a vinda para analisar novos investimentos no Brasil.

No México, a loja Elektra vende de eletroeletroeletrônicos a carros e motos. E parte dos produtos é feita por outras empresas do próprio grupo Salinas, que abastecem uma rede de mais de mil lojas. É o caso, por exemplo, das motocicletas, feitas na China em sociedade com uma indústria local, a Italika. Para o caso dos automóveis, isso deve se repetir porque a Elektra fechou uma parceria com um fabricante chinês para produzir 100 mil carros. "Automóveis, motos e móveis são bens que podem vir a ser produzidos no Brasil", diz Salinas.

De acordo com Luis Niño de Rivera, vice-presidente do Banco Azteca, pode se tornar mais interessante fabricar alguns bens localmente (como motos) do que importá-los.

Na área de etanol, Salinas disse estar interessado em levar a tecnologia brasileira ao México. "Pensamos em comprar uma planta no Brasil, levá-la para o México para produzir etanol e de lá exportá-lo para os Estados Unidos", disse o empresário. "É possível plantar cana no México. Só precisamos ter a tecnologia de fabricação do etanol", observou. Mas a prioridade do grupo no Brasil é a implantação do banco Azteca e da Elektra, disse. Para 2008, a meta é inaugurar 8 lojas no Recife e em Fortaleza. Outras 16 unidades serão do banco. Em 2009, a expectativa é chegar a Belém, com cinco pontos-de-venda. Depois, a todos os Estados do Norte e do Nordeste. Cada loja terá uma área média de mil metros quadrados, e os bancos, de 100 a 150 metros quadrados.

Mas Rivera, do banco, não descarta a aquisição de cadeias de varejo brasileiras para acelerar a expansão. "Estamos sempre analisando oportunidades."

Já de olho na expansão dos negócios, Salinas tem agendada hoje uma reunião com Jacques Wagner (PT), governador da Bahia. "Estamos nos aproximando de todos os Estados onde teremos negócios", disse o empresário.

O grupo Salinas nasceu de uma fábrica de móveis em 1906. Com negócios em diversos ramos, fatura cerca de US$ 5 bilhões por ano. A maior atividade é a varejista, com US$ 3 bilhões da receita.