Título: Governo sugere cortes na área social e mais impostos
Autor: Crutsinger, Martin
Fonte: Valor Econômico, 25/09/2007, Internacional, p. A11

O governo dos Estados Unidos avaliou ontem que a única forma de solução permanente para a Seguridade Social seria a combinação de redução de benefícios com aumento de impostos.

Essa é uma das principais conclusões de um novo estudo sobre a Seguridade Social divulgado pelo Departamento do Tesouro dos EUA, que faz parte de esforços para a construção de um consenso sobre a questão.

"A Seguridade Social pode se tornar solvente de forma permanente apenas com a redução do valor atual dos benefícios programadas e/ou com o aumento do valor atual dos aumentos de impostos programados", destaca o estudo. Embora outras alterações também sejam desejáveis, "apenas essas mudanças podem recuperar a solvência de forma permanente".

O secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, encarregado pela reforma do sistema, disse que teve várias discussões com congressistas republicano e democrata. Até agora, no entanto, essas conversas não trouxeram avanços.

O presidente George W. Bush apresentou seu plano de reforma em 2005, que previa a criação de contas privadas para os trabalhadores mais jovens. A proposta nunca foi colocada em votação, já que os democratas mostraram forte oposição e poucos republicanos se engajaram na idéia. Paulson espera que uma série de estudos sobre o assunto que o Tesouro pretende divulgar nos próximos meses baseie mais discussões.

"Ao focar-se em áreas de consenso, espero que esses estudos encurtem as diferenças e estimulem mais discussões sobre as reformas", disse Paulson em comunicado que acompanhou o estudo.

O secretário-assistente de política econômica do Tesouro, Phil Swaigel, afirmou a repórteres que o plano é lançar seis informes sobre a questão nos próximos três meses. Afirmou, no entanto, que ainda é "incerto" neste momento se os documentos levarão a novos esforços para levar o programa de reformulação ao Congresso no próximo ano.

O estudo ressalta ainda que há um "custo significativo pelo atraso" nas reformas necessárias, porque isso reduz o número de pessoas que poderiam compartilhar os custos dessas mudanças. "Não agir, portanto, é injusto com as futuras gerações", segundo o estudo.