Título: Fundos de pensão têm forte ganho em 2007
Autor: Moreira, Ivana
Fonte: Valor Econômico, 08/11/2007, Legislação, p. C9

Leo Pinheiro / Valor Fernando Pimentel, presidente da Abrapp, "Já é nítido o deslocamento da renda fixa para a renda variável" Os fundos de pensão vão fechar 2007 com rentabilidade duas vezes maior que a meta atuarial para o ano, que era de 10,6%. De acordo com a previsão da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), a rentabilidade da carteira deverá ficar em 21,4%. O total de ativos deverá ficar em R$ 424 bilhões, aumento de 20,4% em relação a 2006.

Com o crescimento acelerado da carteira, a direção da Abraap prevê que o patrimônio da previdência complementar vai atingir 50% do Produto Interno Bruto (PIB), ou cerca de R$ 1,8 trilhão. A estimativa é de que o patrimônio dos fundos de pensão registrem, entre 2007 e 2021, uma taxa média de crescimento de 10,9%.

Com juros em baixa, os fundos de pensão já começaram a migrar seus investimentos para a renda variável. Do total dos investimentos administrados pelos fundos, 33% estão aplicados em renda variável - 3% mais que a margem registrada em 2006. "Já é nítido o deslocamento da renda fixa para a renda variável", comentou o presidente da Abraap, Fernando Antônio Pimentel. "A migração não é imediata, depende da maturação de cada fundo, mas já é um fato comprovado."

Segundo Pimentel, desde 2005, já migraram R$ 15,7 bilhões da renda fixa para a renda variável. O presidente da Abraap lembra que, no passado, com juros em viés de alta, 20% dos investimentos que estavam aplicados em renda variável migraram para renda fixa.

Do total dos investimentos administrados pelos fundos em agosto, último balanço divulgado pela entidade, a carteira da renda variável somava R$ 132,2 bilhões. A renda fixa, R$ 235,1 bilhões. Para imóveis, foram destinados R$ 11,3 bilhões. A previsão de rentabilidade da carteira de renda variável, de janeiro a dezembro, é de 37,9%. A da renda fixa, 13,1%.

Os dados foram divulgados ontem na abertura 28º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, em Belo Horizonte. O potencial de crescimento dos fundos de pensão e as novas oportunidades de investimentos são alguns dos temas em discussão no evento, que marca três décadas de existência da previdência complementar no Brasil. A criação de um órgão autônomo de fiscalização dos fundos de pensão, de regras para destinação do superávit e de mecanismos de controle para as agências de rating são outros temas que terão destaque durante o congresso que será encerrado na sexta-feira.