Título: Inflação de setembro fica abaixo do esperado em SP
Autor: Fuzo , Adilson
Fonte: Valor Econômico, 04/10/2007, Brasil, p. A3

A elevação de 0,24% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de setembro, divulgada ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), ficou bem abaixo das projeções de 0,48% da própria entidade anunciadas no começo do mês passado. Ainda assim, o resultado revela aceleração na inflação na cidade de São Paulo, uma vez que o indicador fechou agosto com variação de 0,07%.

O grupo alimentação, que vem impulsionando as altas do IPC há vários meses, mostrou uma desaceleração, passando de 1,46% em agosto para 0,68% em setembro, mas continua sendo a principal fonte de pressão inflacionária. Sete das dez altas de preço que mais pesaram sobre o índice pertencem ao grupo, sendo que o arroz, com alta de 5,08%, e o frango, com elevação de 3,72%, ocupam as duas primeiras posições da lista. A desaceleração ficou por conta, principalmente, do leite longa vida (-9,54%) e das frutas de época (-10,80%).

A tendência de desaceleração, contudo, não deve permanecer em outubro. De acordo com as previsões do coordenador do índice, Márcio Nakane, o grupo deve fechar o mês em 0,78%, o que significa uma elevação de 0,10 ponto percentual em relação a setembro. Nakane acredita que a aceleração se dará em função, principalmente, da elevação de preços dos alimentos in natura.

Já o grupo habitação apresentou aceleração de 1,04 ponto percentual, a maior do período. Depois da deflação de 0,82% em agosto, o grupo inverteu a tendência de queda e fechou setembro com avanço de 0,22%. Reparo no domicílio, com alta nos preços de 1,46%, foi o item com a terceira maior influência sobre o IPC geral. Pesaram também as altas na conta do telefone fixo (0,83%) e aluguel (0,18%), e a queda do preço da energia elétrica (-0,51%).

Praticamente estável em setembro, com deflação de 0,01%, o grupo transportes se beneficiou das quedas de 0,70% no preço da gasolina e de 2,98% do álcool. O grupo vestuário, com deflação de 0,07% em setembro, também deve reverter a tendência em outubro. No mês passado, houve uma forte contribuição das liquidações. Apesar da queima de estoque permanecer em outubro, os altos preços das novas coleções devem prevalecer, levando o grupo a uma alta de 0,40%, conforme projeções da Fipe.

O grupo saúde fechou setembro com 0,14% , enquanto despesas pessoais teve alta de 0,02%, e educação, de 0,05% . O resultado abaixo das expectativas levou Nakane a baixar de 4,2% para 4,1% sua previsão para o IPC anual.