Título: Ingresso de dólar volta a crescer
Autor: Ribeiro , Alex
Fonte: Valor Econômico, 04/10/2007, Finanças, p. C2

O mercado de câmbio voltou a se recuperar nas duas últimas semanas de setembro, com ingresso líquido de US$ 1 bilhão, mostram dados divulgados ontem pelo Banco Central.

No início de setembro, o fluxo de dólares ao país foi prejudicado pelas turbulências internacionais, desencadeadas por incertezas no mercado de hipotecas americano. Dados divulgados anteriormente pelo BC, que cobriam o mês de setembro até o dia 19, apontavam uma saída líquida de US$ 1,044 bilhão.

Os dados do BC mostram que, daí por diante, o mercado se recuperou, com ingresso líquido de cerca de US$ 1 bilhão. Graças à recuperação registrada na segunda metade do mês, o movimento cambial em setembro terminou praticamente em equilíbrio - com um discreto saldo negativo, de US$ 3 milhões.

Nos dados divulgados pelo BC, estão incluídos todos os dólares comprados e vendidos pelos clientes -pessoas físicas e jurídicas - às instituições financeiras.

Os exportadores venderam aos bancos US$ 12,521 bilhões, e os importadores compraram US$ 10,540 bilhões dos bancos. Com isso, a balança comercial, pelo conceito de movimento de caixa, registrou superávit de US$ 1,980 bilhão em setembro.

De agosto para setembro, houve queda na média diária de cambio contratado por exportadores, que passou de US$ 749 milhões para US$ 659 milhões. A média diária dos dólares comprados pelos importadores aumentou no período, de US$ 450 milhões para US$ 555 milhões.

No segmento financeiro, foi registrado um déficit de US$ 1,983 bilhão em setembro. Nele, são fechadas as operações de ingresso e saída de capitais (investimentos diretos, empréstimos etc.) e os serviços (pagamentos de juros da dívida, remessas de lucros, turismo internacional).

O BC não comprou dólares no mercado financeiro em setembro. Até meados deste ano, a autoridade monetária vinha mantendo uma agressiva política de aquisição de moeda estrangeira - foram US$ 67 bilhões neste ano - para fortalecer as reservas internacionais. Em agosto, suspendeu o leilão, diante da crise internacional.

Os dados divulgados pelo BC mostram que os bancos mantiveram praticamente inalterada a sua posição comprada em moeda estrangeira - que oscilou de US$ 1,723 bilhão para US$ 1,773 bilhões entre agosto e setembro.