Título: Brasil é o 5º lugar no ranking da Unctad que aponta os melhores países para investir
Autor: Assis Moreira
Fonte: Valor Econômico, 05/10/2007, Brasil, p. A6

O Brasil é a quinta destinação mundial preferida para investimentos de grandes multinacionais no período 2007-2009, em pesquisa da Agência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). A cobertura da pesquisa é limitada: apenas 191 de 1.500 empresas consultadas acabaram respondendo as questões da entidade, com presença maciça de japoneses.

Das 191, mais de 20 empresas incluíram o Brasil na lista dos países mais atrativos em razão do tamanho do mercado e expansão econômica, que é considerado ainda o principal motivo para investir. A preferência pelo Brasil é idêntica ao interesse demonstrado pelo Vietnã, que entra na lista dos dez primeiros. A prioridade dos investidores continua a ser China e Índia, com EUA e Rússia vindo em terceiro e quarto lugares.

O fluxo de investimentos diretos estrangeiros (IDE) alcançou mais de US$ 1,3 trilhão em 2006, próximo do recorde de US$ 1,4 trilhão de 2000. A alta ocorreu através de mais fusões e aquisições internacionais. Segundo a Unctad, a tendência deve continuar pelos próximos três anos. Cerca de 70% das empresas prometem aumentar investimentos no exterior. A pressão competitiva é importante fator na internacionalização da produção. Companhias de países em desenvolvimento, principalmente da Ásia, mostram interesse crescente em investir no exterior, e já representam 25% das maiores multinacionais por tamanho e ativos externos.

A pesquisa foi feita entre março e junho, num momento em que empresas mostravam sólida situação financeira: os lucros têm crescido, graças a maiores vendas. Nos EUA, os lucros das 500 maiores companhias subiram de US$ 8 bilhões em 2000 para US$ 785 bilhões no ano passado.

Excluindo-se Brasil e México, as perspectivas para a América Latina são menos promissoras. O interesse maior continua sendo Ásia e Europa. Os investimentos estão previstos de maneira equilibrada para indústria, agricultura e serviços. As empresas consideram que riscos geopolíticos e financeiros são os principais fatores que podem comprometer planos de investir no exterior.