Título: Governo 'perde' US$ 9 bi
Autor: Agências internacionais
Fonte: Valor Econômico, 31/01/2005, Internacional, p. A7

As autoridades americanas de ocupação no Iraque não conseguem localizar US$ 9 bilhões transferidos para os ministérios provisórios do país. Isso se daria pela falta de controles financeiros e de segurança e comunicação adequadas nos órgãos provisórios iraquianos, segundo uma auditoria dos EUA As autoridades dos EUA se fiaram nas agências de auditoria do governo iraquiano para controlar os fundos enviados para o país. Essas agências, entretanto, nem estavam funcionando - ou então estavam em estado precário- quando houve o aporte d dinheiro, entre outubro de 2003 e junho de 2004, disse o inspetor especial americano para a reconstrução do Iraque, Stuart Bowen Jr. Bowen fez vários relatórios para a Autoridade Provisória da Coalizão (CPA, na sigla em inglês), a entidade que geriu a ocupação do Iraque entre junho de 2003 e junho de 2004. O chefe da CPA na época, Paul Bremer, recebeu os relatórios, mas respondeu por escrito reclamando de "falta de acuidade" e de falta de julgamento profissional nas conclusões das auditorias. Bremer reclamou que os relatórios de Bowen "achavam que as regras ocidentais de orçamento e de auditoria seriam imediatamente e completamente implementadas no meio de uma guerra". O inspetor disse que a CPA repassou US$ 8,8 bilhões para os ministérios iraquianos "sem nenhuma garantia de que o dinheiro poderia ser auditado posteriormente". As autoridades americanas, continua o relatório do inspetor-geral, " não estabeleceram controles contratuais, de gestão e financeiros suficientes". Sendo assim, não há meios de saber se os fundos foram usados mesmo para financiar a reconstrução econômica, a reparação da infra-estrutura afetada pelo conflito, o desarmamento e as ações de auxílio humanitário. Ele acusa os ministérios do Iraque de pagar por funcionários-fantasmas.