Título: Banco Sofisa pretende captar até US$ 200 mi no mercado externo
Autor: Lucchesi , Cristiane Perini
Fonte: Valor Econômico, 05/10/2007, Finanças, p. C2

O Banco Sofisa pretende captar cerca de US$ 200 milhões no mercado externo ainda neste ano, informou ao Valor o diretor financeiro do banco, Ricardo Simone Pereira. Segundo ele, a idéia é realizar dois tipos de operação: o lançamento de um eurobônus e um empréstimo com a participação de organismos multilaterais. "O mercado de eurobônus está reabrindo e os investidores estão muito interessados nos bancos privados médios brasileiros, pois podem pegar carona no crescimento do crédito e da economia do país", diz.

O foco do banco vinha sendo empréstimos às pequenas e médias empresas, diz Pereira. A carteira de crédito era de R$ 1,75 bilhão ao final de junho, dos quais R$ 1,498 bilhão são empréstimos para pessoa jurídica e R$ 249 milhões para pessoas físicas, por meio da financeira Superbank. "Estamos crescendo muito, principalmente no crédito de varejo, com destaque para o financiamento de veículos e o crédito consignado", conta.

É justamente para ampliar os empréstimos às pessoas físicas que o Sofisa vai captar no exterior, explica. As captações do banco via Certificados de Depósito Bancário têm prazo de 190 dias, enquanto os empréstimos às empresas com garantia em recebíveis têm prazo de 90 dias. "As captações externas têm vencimento mais longo e permitem o casamento de prazos com o crédito de varejo, que pode chegar a 60 meses", diz. "São um desdobramento natural para a instituição financeira", conclui Pereira.

O Sofisa, fundado em 61, tem hoje espaço para crescer. Captou em abril R$ 439 milhões por meio de uma emissão pública inicial de ações (IPO). Seu patrimônio líquido hoje é de R$ 830 milhões, aproximadamente. Em junho, o banco tinha ativos totais de cerca de R$ 3,44 bilhões.

No processo de captação externa, o banco vai contar com os ratings da Moody's, divulgados ontem: "Ba2", em moeda estrangeira de longo prazo, "D+" de força financeira de bancos, "Ba1" em moeda local de longo prazo, entre outros. Segundo a Moody's, os ratings refletem "os rígidos processos de aprovação e monitoramento de crédito, baseados em rigorosos controles de garantias que certificam a força de suas operações". No entanto, a Moody's acredita que a intensa concorrência e crescentes demandas por retorno - uma requisição dos novos acionistas do banco após a abertura de capital - poderão, eventualmente, instigar a administração a afrouxar as rígidas políticas de crédito em busca de ganho de escala.