Título: Ministério da Saúde e BNDES elaboram nova política para o setor
Autor: Vieira , André
Fonte: Valor Econômico, 09/10/2007, Empresas, p. B6
Prevendo o fim do plano de fortalecimento da cadeia farmacêutica, o Ministério da Saúde e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) elaboram as linhas gerais do novo programa de apoio à saúde, ampliando seu escopo de atuação.
"O programa abrangerá do fomento à pesquisa às operações industriais", diz o secretário de ciência, tecnologia e insumos estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães. Segundo ele, a intenção é englobar outras áreas além dos medicamentos e fármacos, previstas no plano atual. "O programa vai atuar em vacinas, dispositivos de diagnósticos, equipamentos e hemoderivados", diz.
Lançado em 2004, o Profarma do BNDES, que prevê o incentivo à produção, pesquisa e desenvolvimento (P&D) e a fusão e incorporação de empresas, terminará em dezembro. Com a posse do ministro José Gomes Temporão na Saúde, no início do ano, começou a ganhar relevância nas discussões do novo programa a formação de um complexo produtivo de saúde, um "conjunto dos segmento de produção ligado ao complexo de serviços de saúde", na visão de Guimarães.
Segundo o secretário, a intenção é que o Ministério da Saúde aumente sua gestão no sistema de saúde. "O mercado público é importante porque é o maior comprador", diz o secretário. Guimarães gostaria da participação de multinacionais em projetos prioritários do governo, dizendo que falta decisão política destas empresas para instalar um centro de desenvolvimento e pesquisas no país. "Não há preconceito contra a indústria multinacional."
Como exemplo da gestão da Saúde na área, Guimarães citou o recente acordo assinado com a francesa LFB (Laboratório de Fracionamento e Biotecnologia), que prevê a transferência da tecnologia de fracionamento de plasma à Hemobrás, a fábrica de derivados de sangue do governo, de Pernambuco. Com a fábrica, o governo conseguirá reduzir suas vulnerabilidades nesta área, diz, com a redução das importações. O valor do contrato é de R$ 16 milhões até 2010. A partir do dia 22, o Ministério da Saúde promoverá um seminário, de três dias em Brasília, para debater as prioridades da saúde, com ênfase na área de ciência e tecnologia.