Título: Dívida pública cresce 1,77% em agosto e alcança R$ 1,312 trilhão
Autor: Rodrigues , Azelma
Fonte: Valor Econômico, 20/09/2007, Finanças, p. C2

A Dívida Pública Federal (DPF) registrou alta de 1,77% em agosto, para R$ 1,312 trilhão. Em julho, o estoque do endividamento estava em R$ 1,289 trilhão, segundo o Tesouro Nacional. Na comparação com dezembro, o crescimento no ano é de 6,1%.

A dívida pública representa a soma do endividamento público interno e externo, em reais. A elevação se deveu ao aumento tanto do endividamento interno quanto do externo.

O estoque da dívida pública mobiliária federal interna (DPMFI) aumentou 1,53% em agosto, para R$ 1,189 trilhão, depois de ficar em R$ 1,171 trilhão em julho. Os dados constam de relatório do Tesouro Nacional divulgado ontem, pela Secretaria do Tesouro Nacional.

A elevação registrada no mês passado foi conseqüência, principalmente, da incidência de juros sobre o estoque da dívida. Essa apropriação elevou a dívida em R$ 13,6 bilhões. Já a emissão líquida (volume de títulos emitidos superior aos resgates) foi de R$ 4,3 bilhões.

Considerando as operações de swap cambial, a parcela da dívida atrelada à taxa pós-fixada Selic somou R$ 462,97 bilhões em agosto, ou 38,93% do total do endividamento. Esse percentual é ligeiramente superior ao do mês anterior, quando as dívidas corrigidas pela Selic representavam 38,90% do total. Em teoria, quanto menor a dívida pós-fixada, melhor para o governo, que reduz a parcela da dívida que é menos previsível.

Sem considerar as operações de swap, a dívida pública pós-fixada caiu em agosto para 35,31% do total, contra 35,35% do mês anterior.

Os papéis prefixados passaram do equivalente de 36,32% para 36,43%, correspondendo a R$ 433,22 bilhões. Ao emitir esses títulos, a administração da dívida sabe antes o quanto vai gastar no vencimento de cada papel.

A parcela de títulos públicos federais atrelada a índices de preços verificou pequeno decréscimo na composição do total, saindo de 24,91% em julho para 24,85%, ou R$ 295,47 bilhões em agosto.

O valor da dívida interna está ainda abaixo do previsto no PAF (Plano Anual de Financiamento), que prevê que neste ano ela ficará entre R$ 1,230 trilhão e R$ 1,300 trilhão.

A dívida interna que é corrigida pela taxa de câmbio estava negativa em 2,53% em julho e em agosto passou para 2,49%. A participação negativa significa que o governo tem créditos a receber em dólar.

Já a dívida externa aumentou 4,15% sobre julho, para R$ 123,19 bilhões (US$ 62,8 bilhões). A principal causa desse crescimento, segundo o Tesouro, foi a apropriação de juros no valor de R$ 5,83 bilhões, "resultado da valorização das moedas que compõem o estoque da dívida em relação ao real".

O estoque de bônus soberanos colocados no exterior equivalia a R$ 96,07 bilhões, enquanto a dívida contratual correspondia a R$ 27,12 bilhões.

Pelos dados do Tesouro, o governo encerrou o mês passado credor em dólar, no equivalente a R$ 30,12 bilhões, com a posição ativa dessa fatia equivalente a 2,53% do estoque da dívida mobiliária federal interna em agosto. No mês anterior, essa participação era de 2,49%.