Título: Infraero inicia operação-padrão em São Paulo
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 01/11/2007, Brasil, p. A4

Funcionários da Infraero nos principais aeroportos de São Paulo iniciaram ontem uma operação-padrão. Em Cumbica, no início da noite, já começavam a se formar filas nos saguões. Os funcionários prometem entrar em greve na terça, caso a empresa não cumpra um acordo firmado em julho.

Pelo acordo, a empresa do governo federal que administra os aeroportos teria se comprometido a conceder promoções a cerca de 8.000 dos seus 10.600 funcionários a partir de outubro. Essa promoção equivale a um aumento de 6,25% nos salários. Além disso, os funcionários reivindicam o pagamento de um bônus de R$ 450 no fim do ano, em forma de vale-alimentação.

A operação-padrão, de acordo com o Sindicato Nacional dos Aeroportuários, inclui diminuir o fluxo de passageiros que passam pelo raio-x, restringir informações de vôo e, no caso de Cumbica, onde a torre de controle é comandada pela Infraero, demorar mais tempo para conceder autorizações de decolagem. Essas medidas devem levar, de novo, o caos aos aeroportos durante o feriado.

O presidente da Infraero, Sérgio Gaudenzi, afirmou ontem que o acordo coletivo seria integralmente cumprido e que, assim, esperava evitar a operação-padrão e a greve.

Gaudenzi fez um apelo ontem para que os passageiros optem por vôos em horários ou dias de menor congestionamento para evitar transtornos nos aeroportos a partir de hoje, véspera de Finados. Segundo ele, as dificuldades devem durar até o Carnaval de 2008, mas o Ministério da Defesa já trabalha para "convencer" as empresas aéreas a mudar os horários de seus vôos nesta alta temporada para esvaziar os horários de pico. Uma solução concreta foi prometida no prazo de duas semanas.

Até lá, segundo Gaudenzi, o passageiro deve tentar fugir dos horários movimentados. Eles não explicou como isso pode ser feito sem a disponibilidade de trechos em horas diferentes. Neste feriado, propôs que as pessoas viajem hoje e retornem na segunda-feira. "Pode ocorrer algum transtorno, mas nada como o fim de semana do Grande Prêmio de Fórmula-1 em São Paulo", disse Gaudenzi.