Título: Terna anuncia mais uma aquisição no Brasil
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 21/09/2007, Empresas, p. B7

O apetite da Terna Participações, controlada pelo grupo italiano Terna SpA, pelo mercado brasileiro de linhas de transmissão de energia parece interminável. Nos últimos 30 dias, a companhia fez quatro aquisições, o que totaliza investimento conjunto ao redor de R$ 710 milhões apenas nesse período.

A última compra do grupo italiano aconteceu ontem, quando a empresa anunciou a compra de 52,58% do capital total da Empresa de Transmissão do Alto Uruguai S.A. (Etau). Por R$ 58,5 milhões, a Terna botou as mãos em uma companhia que tem receita bruta anual de R$ 23 milhões e 188 quilômetros de linhas de transmissão no Sul do país.

Quando se contabiliza os recentes negócios, envolvendo os 502 quilômetros de linhas da Empresa de Transmissão de Energia do Oeste (Eteo) e os 186 quilômetros de linhas da Goiana Transmissora de Energia (Gtesa) e da Paraíso Açu Transmissora de Energia (Patesa), a Terna ultrapassa os 3,240 mil quilômetros de extensão. E esse número já inclui a parte que o grupo tem na Etau.

Em faturamento, o crescimento também é significativo. Segundo Giovanni Giovannelli, diretor-geral da companhia, juntas, as aquisições vão acrescer 23% à receita do grupo neste ano. Em 2006, o faturamento líquido foi de R$ 500,4 milhões.

Apesar do apetite vigoroso visto nos últimos dias, Giovannelli assegura que este não será o último movimento do ano. "Não temos nada de concreto, mas acho que não será a última compra de 2007", afirma o executivo.

O diretor-geral da Terna explicou que não há qualquer intenção em adquirir os restantes das ações da Etau. Dos quase 48%, a Eletrosul, subsidiária do grupo Eletrobrás, detém a maior parcela, ao redor de 27%.

Mesmo diante de tamanha movimentação, o mercado considerou positivas as investidas da Terna. Tanto que a Ativa Corretora, em relatório, afirmou que a decisão "está em linha com as expectativas de que a empresa continuará o processo de aquisições de pequenas empresas que fazem a operação de linhas de transmissão".

Giovannelli explicou também que parte das aquisições serão pagas com o caixa da empresa, mas os financiamentos bancários deverão ser a principal fonte. Segundo dados de 30 de junho deste ano, a relação entre dívida líquida e lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (lajida) foi de 1,6 vez. No ano passado, a dívida líquida da empresa somou R$ 785,7 milhões. (MC)