Título: Exportação brasileira avança menos que média mundial
Autor: Moraeira , Assis
Fonte: Valor Econômico, 13/11/2007, Brasil, p. A4

O Brasil é um dos países que registram maior desaceleração no ritmo de crescimento das exportações no terceiro trimestre, provavelmente refletindo o real valorizado, de acordo com fontes próximas da Organização Mundial do Comércio (OMC). As exportações brasileiras aumentaram 8,8% em dólar entre julho-setembro, enquanto o comércio mundial cresceu 14% em valor comparado ao mesmo período do ano passado. Até recentemente, as vendas brasileiras em valor sempre estavam acima ou muito próximas da média mundial.

Enquanto o ritmo das exportações caía, as importações brasileiras aceleraram e cresceram 30,8%. A OMC divulgou ontem dados mais amplos sobre exportações e importações entre os seus 150 países membros. Nos Estados Unidos, o dólar fraco comprovou ser de grande ajuda para a economia, tornando as exportações americanas mais atrativas num momento em que os gastos dos consumidores diminui e o mercado imobiliário está em crise no país.

As exportações dos EUA cresceram 12,8% no terceiro trimestre em valor, enquanto as importações subiram apenas 3,3%. As exportações representaram um terço do crescimento econômico de 3,9% nos EUA no período e sustentam os lucros de muitas companhias americanas, segundo o "The Wall Street Journal".

Na Europa, a preocupação é grande sobre a situação cambial, porque o dólar fraco força os exportadores europeus a escolher entre aumentar o preço na moeda americana ou aceitar menos euros por seus produtos.

Mesmo assim, a Alemanha fechará o ano como principal exportador global, já que mais da metade de suas exportações vai para outros países da zona do euro. No terceiro trimestre, as exportações alemães tiveram alta de 17,9% e as importações em 13%. A China superou os EUA desde o começo do ano como segundo exportador mundial e o ritmo de suas vendas continua sendo enorme. No terceiro trimestre as exportações subiram 26,1% em valor e as importações também aumentaram para 20,7%.

Quanto ao comércio em volume, que dá uma visão mais real do desempenho dos países, a OMC continua apostando numa alta de 6% este ano, ainda assim abaixo dos 8% do ano passado.

A queda gigantesca do dólar americano preocupa boa parte dos países. As autoridades americanas falam na importância do "dólar forte", mas parecem contentes com a descida da moeda. Só que aumenta também a desconfiança de investidores.