Título: Rio, Bahia e Espírito Santo dão início às discussões sobre nova Fronteira Leste
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Fonte: Valor Econômico, 11/10/2007, Agronegocio, p. B14

Léo Pinheiro/Valor Segundo Christino Áureo, plantio de cana pode ser feito em áreas de pastagens O projeto para a criação da Fronteira Leste para Biocombustíveis começa a sair do papel. O secretário de Agricultura do Rio de Janeiro, Christino Áureo, encontra-se, no dia 19, com seus colegas da Bahia, Geraldo Simões, e do Espírito Santo, César Colnago, para discutir o mapeamento da produção de cana nos três Estados.

Um estudo feito pelas três secretarias mostra que há uma área disponível de 1 milhão de hectares para a produção de cana para etanol e grãos para biodiesel nesses três Estados. No Rio de Janeiro, as potenciais regiões produtoras ficam no norte e noroeste. No Espírito Santo, no sul do Estado, e na Bahia, no sul e no oeste. "São áreas de pastagens e de lavouras com baixa produtividade", diz Áureo. Esse mesmo estudo mostra que tais regiões não têm restrições ambientais.

Nesta primeira rodada oficial de reuniões, as três secretarias vão mapear também potenciais regiões e portos para escoamento da produção. "Vamos conversar também com o governo de Minas Gerais porque a região da Zona da Mata também pode ser incluída nesta mesma fronteira".

No dia 19, durante a reunião, os secretários vão assinar um termo de cooperação entre os Estados para que os centros de pesquisas e universidades locais participem com informações que possam incrementar os estudos de viabilidade agrícola e econômica dessas regiões.

De acordo com Áureo, há potencial para se investir em pelo menos 20 usinas de álcool com capacidade para processamento de 4 milhões de toneladas cada uma. "Vamos apresentar, em uma segunda fase, nosso projeto para o setor privado para atrair investimentos", afirma.

A Fronteira Leste é apontada como uma alternativa às tradicionais regiões produtoras de cana do centro-sul do país. O secretário destaca que o escoamento do álcool a partir da Fronteira Leste não precisa ser feito por meio de alcodutos. "Há portos que podem escoar essa produção, como o de Vitória [no Espírito Santo ] e também do Rio", afirma.

No dia 27 de setembro, o governo do Rio lançou o programa Rio Agroenergia, que visa estimular a produção canavieira no Estado. Atualmente, a produção no Rio de Janeiro está concentrada na região de Campos de Goytacazes. (MS)