Título: PSDB cobra compromisso por escrito do presidente
Autor: Mandl, Carolina
Fonte: Valor Econômico, 30/10/2007, Politica, p. A6

Eduardo Queiroga/Ag. Lumiar - 13/4/2006 O senador do PSDB, Sérgio Guerra, comenta a tese do terceiro mandato em seminário do partido : "O PT sabe que não tem um nome competitivo" O seminário do PSDB realizado ontem no Recife para discutir um novo programa partidário acabou tendo como tema central um eventual terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O evento discutiu defesa nacional, política internacional e comércio exterior, mas o assunto que mais despertou a atenção dos tucanos foi a viabilização da candidatura de Lula em 2010.

Arthur Virgílio (AM), líder do PSDB no Senado, afirmou que o partido não irá discutir nenhum tema a partir desta semana enquanto Lula não negar que concorda com um terceiro mandato. "O presidente precisa ser categórico. Enquanto isso, não vamos votar coisa alguma", afirmou Virgílio, que chegou até a defender que o presidente entregue uma carta negando uma candidatura em 2010.

A principal discussão que está em jogo é a prorrogação da CPMF. Virgílio disse que na semana passada o PSDB já entregou ao governo uma relação de sete pontos que pretende ganhar em troca de uma votação favorável ao imposto do cheque. Soma-se a eles, agora, a recusa a um terceiro mandato.

O partido pede, por exemplo, o aumento dos investimentos em saúde, um redutor anual dos gastos públicos, a desoneração de algum imposto, a redução da atual alíquota da CPMF e a prorrogação do imposto do cheque por apenas um ano, vinculada à aprovação de uma reforma tributária. Agora, somado a isso, o PSDB quer que Lula deixe claro que não pretende ser presidente nas próximas eleições.

O senador Sérgio Guerra (PE), futuro presidente dos tucanos, também se manifestou contrário a mais um mandato de Lula. "O PT sabe que não tem um nome competitivo", disse o senador.

O senador, no entanto, acredita que PSDB e governo logo se entenderão para votar a CPMF.

Dentro da temática do seminário, um dos pontos mais discutidos foi a possível entrada da Venezuela no Mercosul. Para os tucanos, a entrada do país vizinho traria apenas instabilidade a um bloco comercial que está em "estado pré-falimentar", nas palavras dos políticos do PSDB.

O seminário de ontem foi o último de uma série de 11 eventos que irão discutir a nova programação partidária dos tucanos. Nos dias 22 e 23 de novembro, eles se reunião no 3º Congresso do partido para sacramentar seus novos rumos.