Título: Vitória feminina é elogiada por políticos
Autor: Rocha, Janes
Fonte: Valor Econômico, 30/10/2007, Especial, p. A16

Algumas das felicitações de praxe enviadas a Cristina Kirchner exaltaram o fato de ela ser a primeira mulher a ser eleita para a Presidência argentina e de formar, com a presidente chilena, Michelle Bachelet, um dupla feminina inédita no comando dos dois países.

A pré-candidata do Partido Colorado à Presidência paraguaia, Blanca Ovelar, parabenizou Cristina e afirmou que no próximo ano o número de mulheres presidentes será igual ao de homens no Mercosul. Segundo Ovelar, ela própria, junto com Cristina e Bachelet, "empatarão com os homens" na condução dos países do Mercosul ampliado (Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, Bolívia e Chile.

A pré-candidata, no entanto, deve antes passar pelas eleições internas de seu partido, em 16 de dezembro. As pesquisas de intenção de voto não lhe mostram um panorama favorável, mesmo que seja ela a candidata: o ex-bispo Fernando Lugo e o general Lino Oviedo lideram as pesquisas, com empate técnico por volta dos 30% cada.

O chanceler chileno, Alejandro Foxley, mandou as felicitações oficiais dizendo que Cristina "tem uma relação política e pessoal próxima com a presidente Bachelet". Apesar do "triunfo feminino", este não é um momento particularmente favorável para Bachelet, que sofre queda na popularidade: 48% em outubro, três pontos a menos do que em julho, segundo o Centro de Estudos da Realidade Contemporânea. Entre os motivos da queda, citou-se a falta de resolução de problemas do Executivo (13%) e a falta de autoridade (12%).

Outra mulher que se manifestou foi a comissária de Relações Exteriores da União Européia, Benita Ferrero-Waldner, mas ela foi bem menos esfuziante, dizendo apenas que a vitória de Cristina foi resultado do "amplo consenso popular obtido pela candidatura".

Evo Morales, presidente da Bolívia, chamando Cristina de "companheira" e disse que ela certamente trabalhará pelos pobres.