Título: Preço sobe e embarque de carne cai em outubro
Autor: Bouças , Cibelle
Fonte: Valor Econômico, 14/11/2007, Agronegócios, p. B15

A crescente demanda dos Países Baixos e do Egito sustentou o aumento das exportações brasileiras de carne bovina em outubro. Conforme dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os embarques no mês somaram US$ 410,49 milhões, 4,61% mais que em igual mês de 2006. Em volume, houve redução de 4,52%, para 211.267 toneladas equivalente-carcaça.

No acumulado de janeiro a outubro, os embarques totalizaram 2,175 milhões de toneladas, volume 10,53% superior ao verificado no mesmo período do ano passado. Em receita, as vendas externas já totalizam US$ 3,706 bilhões, 16,13% acima do registrado nos dez primeiros meses de 2006.

Marcus Vinicius Pratini de Moraes, presidente da Abiec, associou o resultado ao reajuste nos preços internacionais da carnes bovina. Em outubro, houve aumento de 44,18% na cotação da tonelada de miúdos (para US$ 2.186,38), de 10,74% na carne industrializada (para US$ 3.404,16 a tonelada) e de 7,71% na carne in natura (para US$ 3.083,40 a tonelada). "O aumento, no entanto, é minimizado pela valorização do real frente a moedas estrangeiras", observou.

A pressão da Irlanda para que a União Européia reduza as compras de carne brasileira alegando problemas no controle sanitário não exerceu efeito negativo sobre os embarques. "O fenômeno irlandês teve algum efeito sobre a Inglaterra, que já vinha importando menos por ter voltado a abater animais com mais de 30 meses de vida, com o fim do embargo à carne do país por causa da vaca louca", disse Pratini. Em outubro, as importações do Reino Unido cresceram 1,62%, para 2.192 toneladas.

Pratini acredita que a pressão econômica e política da Irlanda sobre a União Européia não influenciará o trabalho de verificação da situação sanitária da pecuária brasileira feita pela missão européia. "O interesse dos irlandeses é reduzir a oferta de carne na Europa para elevar o preço, já que são exportadores. Mas essa pressão não vai mudar a seriedade e a competência que sempre caracterizou o trabalho dos especialistas", afirmou.