Título: Copesul reduz dívidas em 90%
Autor: André Vieira
Fonte: Valor Econômico, 01/02/2005, Empresas &, p. A3

A Copesul, central de matérias-primas do Rio Grande do Sul, liquidou 90% do seu endividamento no quarto trimestre. Com uma geração recorde de caixa, a empresa decidiu antecipar o pagamento de um financiamento. Com isso, a dívida líquida caiu de R$ 829,6 milhões para R$ 76,2 milhões no fim de 2004, uma redução de R$ 753,4 milhões. "Era melhor liquidar a dívida do que ficar com o dinheiro em caixa com um custo maior", diz o responsável pela controladoria da Copesul, José Arnaldo Ribeiro Soares. A Copesul obteve um lucro recorde de R$ 593,5 milhões em 2004, alta de 191% sobre o resultado do ano anterior. Mas, no quarto trimestre, o ganho evoluiu mais lentamente, com crescimento de 69%, atingindo R$ 134,7 milhões. O lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) cresceu 118% no ano passado, atingindo R$ 1,09 bilhão. A dívida liquidada da Copesul havia sido contraída com o International Finance Corporation (IFC), Eximbank e Banco do Brasil para a duplicação da capacidade de produção da empresa, ocorrida em 1997. A dívida atual, de R$ 76,2 milhões, inclui operações de pré-pagamento de exportação. A Copesul apresentou recorde em praticamente todos os seus indicadores econômicos e financeiros desde sua criação há 28 anos. A empresa atribuiu o desempenho à forte demanda internacional, principalmente dos EUA e China, associado ao cenário macroeconômico brasileiro mais favorável. A receita bruta da companhia subiu 31%, totalizando R$ 7,1 bilhões. As duas linhas de produção operaram a 96,6% de sua capacidade. A produção de eteno, a principal matéria-prima produzida pela Copesul, cresceu 3,5%, atingindo o recorde de 1,11 milhão de toneladas. A margem lajida ficou em 20,1%, superando o trimestre anterior, mas o indicador foi um dos único abaixo do recorde histórico obtido em 2000, quando bateu a casa dos 21%. Para 2005, a Copesul prevê investimentos de R$ 150 milhões para eliminar gargalos da produção, manutenção preventiva, entre outros processos. Controlada pela Braskem, Ipiranga e Petrobras, a empresa aplicará cerca de R$ 30 milhões na parada de manutenção prevista para novembro da linha de produção que entrou em operação em 1997. A unidade, com capacidade de produção de 450 mil toneladas de eteno, ficará paralisada por 30 dias. Mas a empresa diz esperar que o uso da capacidade operacional se mantenha na faixa de 93% na média neste ano.