Título: Gtech desiste de licitações, mas não vai deixar o país
Autor: Taís Fuoco
Fonte: Valor Econômico, 01/02/2005, Empresas &, p. B4

A multinacional americana Gtech desistiu de participar da megalicitação da Caixa Econômica Federal (CEF) para equipar sua rede de lotéricas. Dias antes da realização do primeiro leilão, a Gtech informou, em entrevista ao Valor, que pretendia participar dos quatro pregões. Ontem, depois de rever a posição, a companhia - atual fornecedora das loterias federais - informou, em comunicado, que não concorrerá a nenhum deles. "Entramos neste processo com determinação mas, depois de avaliações técnicas detalhadas, que só foram concluídas no fim da semana passada, encontramos poucas condições de participação", justificou Robert Vincent, vice-presidente mundial de assuntos corporativos, em entrevista por telefone. No comunicado, a Gtech afirma que apresentou à CEF sua visão sobre os benefícios de uma licitação integrada. Atualmente, a empresa oferece todos os serviços e equipamentos à rede de lotéricas da Caixa. As licitações em curso não seguem este modelo. A CEF dividiu o fornecimento em quatro leilões. A Gtech diz, no texto, que respeita a decisão, mas que o formato não contempla sua visão de negócios. Outro ponto sensível para a empresa é a retenção de 30% de seu faturamento no país, decorrente de uma ação judicial do Ministério Público. A Gtech, que contesta a ação na Justiça, alega que a situação prejudica sua competitividade em novas licitações. O relacionamento entre a Gtech e a CEF apareceu como pano de fundo do escândalo Waldomiro Diniz, há um ano. Na época, tanto a Caixa como a Gtech negaram o envolvimento no caso. Agora, apesar da desistência, a Gtech diz que não pretende sair do Brasil, que representa 9% de sua receita global. A empresa tem contratos com as loterias de Minas e Santa Catarina e vai permanecer como fornecedora das loterias federais na fase de transição, estimada pela CEF em um ano. O contrato atual acaba em maio. (JLR)