Título: Alemães estudam aumentar investimentos no Brasil
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 20/11/2007, Brasil, p. A3

Uma nova onda de investimentos alemães está começando a ocorrer no Brasil, na opinião de alguns empresários alemães e brasileiros, presentes ontem no Encontro Econômico Brasil-Alemanha, em Blumenau. Eles disseram que vêem com otimismo a estabilidade econômica e alguns já falam que é possível que em breve os alemães possam investir não só em na área industrial, mas também no setor de infra-estrutura.

Para Armando Monteiro Neto, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), contribui para o cenário positivo o fato de o Brasil estar na iminência de receber grau de investimento. "É como se tivéssemos agora um segundo movimento forte de investimentos alemães depois do período da chegada das montadoras a partir dos anos 50", disse. Segundo ele, os alemães estão muito interessados em infra-estrutura, biocombustível e agroindústria.

Para Monteiro Neto, a Alemanha ainda vê o Brasil como o principal mercado da América Latina. Diz que há, no entanto, problemas que ainda são barreiras a esses investimentos, como a bitributação e problemas relacionados a marcos regulatórios não bem definidos e o papel das agências reguladoras, que precisam de maior autonomia. Monteiro Neto acredita que o investimento direto (IDE) alemão no Brasil deverá dobrar de tamanho em um prazo curto. Ele citou que de 2001 a 2005 foram US$ 4,3 bilhões de investimentos diretos no Brasil pelo alemães.

O interesse em novos setores de atuação também é visto pelo gerente da Associação Empresarial para a América Latina, com sede em Hamburgo, Peter Rösler. Ele diz que já há duas parcerias de empresas alemãs na área de biocombustível com empresas brasileiras, há interesse em projetos de infra-estrutura portuária e muitas das montadoras já presentes no país estão querendo fazer investimentos em ampliação de suas fábricas, principalmente para dar conta da demanda do mercado interno. Para o ministro da Economia da Alemanha, Michael Glos, os alemães "têm excelentes chances no Brasil". Em discurso para 1,4 mil empresários, citou potencial na área de matéria-prima em geral, agricultura, biocombustível e tecnologia. "O Brasil está tão bem que todos estão preocupados com o real forte e sobre o que isso significa."