Título: Bovespa terá segunda companhia de biocombustível, a Biocapital
Autor: Valenti, Graziella
Fonte: Valor Econômico, 16/10/2007, Empresas, p. B3

A Bovespa ganhará a segunda empresa de biocombustível. Depois da Brasil Ecodiesel, a Biocapital Participações pediu ontem registro para oferta pública inicial de ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mas é para um projeto de etanol que busca dinheiro no Novo Mercado.

Original de São Paulo, produz biodiesel a partir do sebo bovino, da soja e do girassol. Espelhada na iniciativa da Brasil Ecodiesel, leva aos investidores planos ambiciosos e uma capacidade instalada ainda reduzida, na cidade Charqueada, interior paulista.

Liderada por Roberto Engels, um dos controladores, possui hoje capacidade produtiva de 40 milhões de metros cúbicos de biodiesel. O objetivo, porém, é produzir 301 milhões de metros cúbicos, em 2010. A licença ambiental para que a unidade tenha esse porte foi obtida no mês passado. Entre as matérias-primas possíveis, estuda o uso do pinhão manso.

A partir de dezembro, a Biocapital fabricará solvente ecológico, atividade para qual também conseguiu a licença apenas no mês passado. O objetivo é ampliar a capacidade atual de 60 milhões de metros cúbicos anuais para 120 milhões, em três anos.

Além do projetos em biodiesel, possui ainda atuação planejada em etanol. Está projetada para 2009 a inauguração de uma usina em Bonfim, no estado de Roraima - inicialmente moerá 1,5 milhão de toneladas de cana, devendo alcançar seis milhões de toneladas em 2015. É justamente nesse projeto que a companhia pretende usar 80% dos recursos que conseguir captar com a oferta na bolsa. O restante irá para Charqueada. A Biocapital foi uma das beneficiadas de um programa de incentivo do estado para permitir que o álcool seja vendido em melhores condições. O transporte desde São Paulo encarece o combustível.

Apesar de criada em 2005, a empresa só passou a registrar receita neste ano - estava em fase pré-operacional, até então. Nos primeiros nove meses de 2007, teve receita líquida de R$ 36,3 milhões, prejuízo operacional de R$ 2,3 milhões. No final do mês passado, o patrimônio líquido alcançava R$ 26,5 milhões. O endividamento somava cerca de R$ 5 milhões.

A família Engels e os demais sócio - Guilherme Steagall, Eduardo Schimmelpfeng da Costa Coelho, Blue Legacy Holding, Jadir Teixeira Barbosa, Manoela Pimentel Pereira Junior e Fadi Tabet - fizeram acordo de acionistas para manter o controle do negócio após a oferta. (Colaborou Cibelle Bouças)