Título: UE negocia parceria para pesquisar biocombustível
Autor: Leo, Sergio
Fonte: Valor Econômico, 26/10/2007, Brasil, p. A6

A União Européia começa a negociar com o governo brasileiro um esforço conjunto de pesquisa em biocombustíveis e tecnologia da informação e já obteve do governo brasileiro a garantia de que orçamento não será problema. Em visita ao Brasil, o comissário europeu para Ciência e Tecnologia, Janez Potocnik, veio mostrar que a União Européia está levando a sério a "parceria estratégica" firmada em maio com o Brasil.

"Acreditamos que temos de aumentar o nível de nossa cooperação", afirma Potocnik. Ele acredita que já em 2008 os dois países começarão a desenvolver os projetos conjuntos, que serão definidos pelo comitê diretor do acordo bilateral para ciência e tecnologia. A Europa dispõe de ? 55 bilhões para seu programa básico de ciência e tecnologia de 2007 a 2013, 60% dos quais destinados à cooperação com parceiros internacionais (e mais 10% para "fortalecimento de capacidades", que inclui programas de cientistas visitantes).

O Brasil já é o quarto país com maior participação nos programas científico e tecnológico da UE, com 96 equipes ou indivíduos trabalhando em parceria com os europeus. Mas esse trabalho, até agora, se deu de acordo com as iniciativas individuais dos cientistas, sem orientação dos governos. A intenção do acordo científico e tecnológico entre UE e Brasil é garantir um "meio ambiente" favorável para desenvolver pesquisas comuns nas áreas consideradas prioritárias pelos brasileiros e europeus, como é o caso de biocombustíveis e nanotecnologia, diz o comissário.

Em reunião ontem com o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, Potocnik informou que a UE também tem interesse em incorporar o Brasil nas suas pesquisas conjuntas sobre fusão nuclear. "O comitê diretor pode apontar outras áreas de interesse, mas, nesse tipo de cooperação, é importante ter foco" ressalta o comissário.

Se Brasil e UE chegarem a acordo sobre tópicos específicos de importância estratégica em ciência e tecnologia e encontrarem potencial científico de ambos os lados, serão definidas avaliações conjuntas de programas e contratação de equipes de pesquisa financiadas com o orçamento dos dois parceiros, diz Potocnik.