Título: Prédio treme e AGU é evacuada
Autor: Puljiz, Mara
Fonte: Correio Braziliense, 22/01/2011, Cidades, p. 36

Após os funcionários sentirem a estrutura balançar por quatro vezes, sede da Advocacia-Geral da União foi esvaziada e passou por vistoria. Apesar de uma pequena fissura entre dois andares, local será liberado

Os servidores da Advocacia-Geral da União (AGU) foram dispensados do trabalho após sentirem pelo menos quatro tremores significativos na estrutura do prédio, localizado no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). Quem estava no edifício garante ter visto copos de água balançarem e aparelhos celulares se deslocarem de lugar. Os bombeiros foram chamados e, por motivos de segurança, o prédio teve de ser evacuado duas vezes para a realização de uma vistoria. Os técnicos constataram uma fissura de um milímetro entre os blocos 4 e 5 da AGU. No entanto, a rachadura não compromete a estrutura do edifício. Por isso, na segunda-feira o expediente será normal.

A administradora Selma Francisca Alves, 32 anos, estava sentada quando sentiu o prédio tremer. ¿A mesa começou a tremer e eu vi o copo de água balançar. Passei na sala de uma colega e balançou de novo. Um computador caiu no 1º andar. Aqui costuma tremer de leve por causa das obras daqui de perto, mas desta vez foi mais forte¿, afirmou.

Outro que sentiu o concreto se movimentar foi o analista de sistemas Antônio Soares. ¿Foi uma vibração bem intensa. Nunca tinha visto antes¿, observou.

O expediente foi transferido para os dois outros prédios ao lado, sem prejuízo das atividades essenciais, conforme nota divulgada no site da AGU. No edifício, trabalham mil pessoas, entre advogados, procuradores, servidores, terceirizados e estagiários. A decisão de evacuação foi tomada pela secretária-geral da AGU, Gildenora Milhomem. Antes de serem liberados do resto do dia de serviço, os funcionários passaram algumas horas sem saber se poderiam voltar ao trabalho.

O primeiro abalo foi sentido por volta das 9h15 e durou apenas alguns segundos. Todos os funcionários do órgão sentiram o tremor, principalmente aqueles que estavam no terceiro andar do prédio e no subsolo. Logo depois, às 9h25, um novo abalo foi registrado. O terceiro e o quarto aconteceram por volta das 10h. O Corpo de Bombeiros foi chamado e, após uma vistoria na estrutura do edifício, foi constatada uma fissura de um milímetro entre os blocos 4 e 5.

Obras Segundo uma avaliação prévia dos bombeiros, feita ainda pela manhã, o problema não era resultado de obras na região, mas poderiam ser uma acomodação natural da estrutura ou estar relacionados com o tempo da construção do edifício, erguido em 1977. Para Gildenona Milhomem, o prédio é seguro. ¿Ele foi muito bem construído e tem muito concreto. Não acredito que seja um problema estrutural¿, avaliou a secretária-geral da AGU.

À tarde, quatro engenheiros, sendo um da própria autarquia e outros três de uma empresa particular, fizeram ontem outra vistoria sob a orientação da Defesa Civil. Eles chegaram à conclusão de que o prédio está em perfeitas condições de funcionamento. Os técnicos vão avaliar o motivo da vibração, mas acreditam que ela tenha sido provocada pelo funcionamento de máquinas em uma obra ao lado. No Observatório Sismológico da Universidade de Brasília, não foi registrado qualquer abalo sísmico. A Defesa Civil também não apontou as causas do tremor.

OPINIÃO DO INTERNAUTA

Laize Andrade A sensação é de pânico ao sentir os tremores no prédio e não saber o que realmente estava acontecendo.

Stella Oliveira Nunca foi feita nenhuma manutenção nesses prédios em Brasília, todos estão na faixa dos 30, 40 anos. É elevador que cai, que quebra, prédio balançando... A coisa tá feia por aqui...

Nei Silveira A Coordenação Regional do Arquivo Nacional (Coreg) fica neste conjunto arquitetônico, com a Imprensa Nacional. As instalações do Arquivo Nacional vêm há muitos anos com sérios problemas. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, já está ciente desta situação e ficou de tomar providências.