Título: Dívida interna cai e chega a R$ 1,19 tri
Autor: Galvão , Arnaldo
Fonte: Valor Econômico, 22/11/2007, Finanças, p. C8

O estoque da dívida pública federal interna (DPMFi) reduziu-se para R$ 1,19 trilhão em outubro, uma queda de 0,15% sobre o valor verificado em setembro. A parcela dos títulos prefixados ficou em 35,18% no mês passado, abaixo do mínimo de 37% previsto no Plano Anual de Financiamento (PAF) para este ano. Em 2007, a porcentagem desses papéis ficou dentro do intervalo pretendido apenas em março, maio e junho. Apesar disso, o governo garante que a meta - entre 37% e 43% - será cumprida.

"Não houve deterioração da estratégia de gestão da dívida. A banda é feita para acomodar ajustes pontuais. A meta não é para durante o ano, mas para o final do período", comentou o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública do Tesouro, Otávio Ladeira.

Segundo o governo, o pico da volatilidade (agosto) no mercado financeiro já passou, mas ainda há alguma dispersão de taxas que, em algumas ocasiões, impede a colocação de títulos.

O coordenador adjunto de Operações da Dívida, Fernando Garrido, informou que o Tesouro decidiu não vender os lotes de NTN-F ofertados nos leilões de 8 e 13 de novembro. Esse papel foi colocado pela última vez em 31 de outubro. Para o vencimento em 2011, a taxa média foi de 11,79% ao ano. No vencimento em 2017, os juros médios foram de 11,87%. Em meados de agosto, a LTN foi vendida com taxa de 12,3% ao ano, mas em outubro os juros variaram de 11,30% a 11,75%.

Além dos 35,18% dos prefixados, a composição da dívida interna, em outubro, teve aumento dos papéis ligados à taxa Selic. Em setembro, foi de 34,23%, mas subiu para 35,50% no mês passado. O máximo previsto no PAF é de 36%. Os títulos vinculados a índice de preços subiram de 25,66% (setembro) para 26,09%. O câmbio impacta apenas 0,95% e a TR fica com 2,28%.

No perfil de vencimentos da DPMFi, outubro teve redução da parcela que vence em até 12 meses. Ela caiu de 33,15% para 30,53%. O prazo médio da dívida interna aumentou ligeiramente, de 36,05 meses para 36,74%.

O custo médio da dívida interna, em outubro, aumentou de 11,89% ao ano para 12% devido à maior variação da inflação (IPCA) e menor depreciação do dólar. Mas o Tesouro procurou ressaltar que o custo médio nos últimos 12 meses reduziu-se de 13,16% ao ano para 13%, principalmente pelo impacto da redução da Selic.

A apropriação de juros da DPMFi, em outubro, foi de R$ 11,52 bilhões, mês que apresentou resgate líquido de R$ 13,3 bilhões. As emissões chegaram a R$ 44,8 bilhões, sendo que, desse volume, 48,93% (R$ 21,9 bilhões) foram de prefixados, 33,16% (R$ 14,9 bilhões) de papéis vinculados à taxa Selic e 17,24% (R$ 7,7 bilhões) ligados a índice de preços. O total de resgates da dívida interna foi de R$ 58,1 bilhões em outubro.

No mercado secundário de títulos federais, outubro teve volume financeiro médio diário de R$ 11 bilhões, o que revela redução de 16,39% sobre o valor negociado em setembro. Os prefixados foram os mais negociados, mas sua participação caiu de 55,51% para 52,84%. Os títulos ligados à Selic ampliaram sua movimentação no mês passado, passando de 28,55% para 33,36%. Os papéis remunerados por índice de preços também tiveram sua parcela diminuída de 15,94% (setembro) para 13,79%.

Outubro teve a LTN com vencimento em janeiro de 2009 como o papel com maior volume médio diário negociado: R$ 851,8 milhões. Em segundo lugar veio a LTN com vencimento em abril de 2008 (R$ 842,8 milhões). Considerando a quantidade negociada, o título preferido foi a LTN de janeiro de 2008.

A LFT (ligada à Selic) com vencimento em dezembro deste ano movimentou média diária de R$ 771,7 milhões no secundário. A LFT de junho de 2011 teve média de R$ 423.2 milhões. A NTN-B (índice de preços) de agosto de 2010 registrou volume médio diário de R$ 500,1 milhões.