Título: Grandes projetos impulsionam negócios de automação no país
Autor: Manechini , Guilherme
Fonte: Valor Econômico, 26/11/2007, Empresas, p. B1

A previsão de crescer 25% neste ano por conta de grandes projetos das indústrias siderúrgicas, petroleiras, de papel e celulose, petroquímicas e outras enquadradas na mesma categoria, será confirmada por boa parte das empresas que atuam no desenvolvimento de automação. Para 2008, as estimativas mais conservadoras apontam para a manutenção no ritmo de crescimento.

No caso da automação industrial para a área de manufaturas, que incluem os fabricantes de sapatos, automóveis e eletrônicos, não se deve observar o mesmo desempenho, como no grupo que envolve processos. Com isso, a performance total do setor alcançará evolução pouco superior a 10% em 2007. Mas, para quem atua com indústrias de base, o ano foi bom e promete mais.

"Atualmente, a empresa que tem equipamentos para viabilizar automações complexas tem mercado no país", afirma o presidente da Altus, Luiz Gerbase. A companhia é uma das beneficiadas pelos grandes projetos ocorridos neste ano, principalmente, na área de petróleo e gás. O contrato mais recente, que elevará em 70% o faturamento da Altus no ano que vem, coloca-a como responsável pelo sistema de automação do gasoduto Urucu-Manaus, da Petrobras, com 662 quilômetros de extensão.

Gerbase espera fechar este ano com resultado de R$ 35 milhões, o que significa alta de 37% em relação a 2006. No próximo ano, a estimativa é de faturar algo em torno de R$ 60 milhões. "Estamos trabalhando intensamente. Além do gasoduto, há diversos projetos em curso de atualização de plataformas em novas áreas de exploração da Bacia de Campos", afirma. No entanto, apenas o contrato do gasoduto significa R$ 32,8 milhões ao caixa da Altus.

As estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Elétrica e Eletrônica (Abinee), divulgadas em agosto, apontam para um faturamento geral do setor de automação industrial de cerca de R$ 3,1 bilhões, em 2007. Segundo Marcus Coester, presidente da Coester Automação, a tendência deste mercado é de crescer, em média, de três a quatro vezes mais que o Produto Interno Bruto (PIB) do país.

"A nossa expectativa para 2008 é de manutenção de crescimento", diz o executivo, ao informar que a Coester aumentará em 30% seu faturamento em 2007. Com isso, prevê faturar R$ 13 milhões. "A indústria de base está vigorosa. Açúcar e álcool, petroquímica, petróleo, gás e papel e celulose estão em expansão".

Apesar de prever menor crescimento no ano, de 10%, a Yaskawa se beneficiou de grandes projetos no setor siderúrgico para compor seu resultado. Entre os negócios destacados pelo diretor geral da empresa, José Luiz Rubinato, estão a parceria com a Bardella na expansão da Gerdau Açominas, em Minas Gerais.

"Nossa atuação é no fornecimento de inversores de freqüência para pontes rolantes construídas pela Bardella", explica Rubinato. E acrescenta: "O mercado como um todo está aquecido".

A fabricante participará também das expansões da Usiminas e Acesita. Em 2007, o faturamento previsto é de US$ 25 milhões, 10% superior ao verificado no ano passado. De acordo com o executivo, a idéia é de, ao menos, manter este ritmo para o próximo ano. "Imaginamos que o mercado brasileiro para inversores seja de algo em torno de US$ 100 milhões por ano", finaliza.