Título: Commodities Agrícolas
Autor:
Fonte: Valor Econômico, 18/10/2007, Agronegócios, p. B12

Os preços futuros do trigo fecharam em queda ontem na bolsa de Chicago. Segundo analistas ouvidos pela agência Dow Jones, o quarto recuo consecutivo se deveu à liquidação de papéis e correções técnicas. Os contratos para entrega em março registraram queda de 6,75 centavos de dólar e fecharam a US$ 8, 4075 por bushel. Em Kansas, que comercializa o trigo americano de melhor qualidade, a queda foi de 5 centavos, para US$ 8,39 por bushel. A falta de novidades no mercado também influenciou na depreciação dos preços. "A tendência é definitivamente de queda", disse Larry Glenn, da Glenn Commodities. No mercado doméstico, a saca de 60 quilos do trigo fechou o dia cotada a R$ 32,69, segundo o Deral. O resultado representa uma ligeira alta de 0,03% em relação à terça-feira.

Queda-de-braço

Os preços futuros do milho recuaram novamente ontem na bolsa de Chicago, com vendas especulativas. Analistas ouvidos pela agência Bloomberg disseram que a alta nos custos de transporte nos EUA e do frete marítimo afastaram importadores, que esperam novas quedas para voltar ao mercado. O avanço da colheita americana e a queda nos preços do trigo também ajudaram a pressionar os preços. Segundo a Dow Jones Newswires, a divulgação, hoje, do relatório de exportações americanas dará direcionamento aos preços. A previsão é que os embarques tenham ficado entre 900 mil e 1,4 milhão de toneladas. O contrato para março caiu 2,75 centavos de dólar, para US$ 3,7450 por libra-peso. No mercado interno, o preço da saca subiu 0,2%, para R$ 26,88, segundo o indicador Esalq/BM&F.

Clima azedo

Os preços futuros do suco de laranja subiram novamente ontem na bolsa de Nova York, com compras de fundos e especuladores, influenciados pela perspectiva de safra menor na Flórida e por notícias de que a falta de chuvas causará perdas à produção de laranjas de São Paulo. Segundo a Meteorlogix, o Estado receberá poucas chuvas hoje e só voltará a chover no dia 23, informou a Bloomberg. Nos EUA, as vendas de suco caíram 16% no varejo em setembro, comparado a igual mês de 2006, para 44,7 milhões de galões. Já os preços subiram 22%, segundo dados da AC Nielsen. O contrato para janeiro subiu 125 pontos, para US$ 1,5530 por libra-peso. No mercado interno, a caixa de 40,8 quilos de laranja vendida às indústrias de suco foi cotada a R$ 9,86, segundo o indicador Cepea/Esalq.

Mercado de chuva

Os preços futuros da soja recuaram ontem pelo segundo dia consecutivo no mercado americano, devido a especulações de que as chuvas irão aumentar a umidade do solo e acelerar o plantio no cerrado do Brasil, segundo maior país produtor e maior exportador do grão do mundo. Algumas áreas brasileiras podem receber até 1,3 centímetro de água nos próximos cinco dias, precedendo chuvas mais fortes, avalia o meteorologista Mike Tannura, do T-Storm Weather, de Illinois. Segundo Tannura, o tempo seco também pode acelerar o plantio de soja no Sul do país, onde a umidade do solo é maior. Em Chicago, janeiro caiu 3,75 centavos, para US$ 9,93 por bushel. No mercado interno, a saca fechou a R$ 40,56, com alta de 0,57%, segundo o Cepea/Esalq.