Título: Parcerias animam expansão
Autor: Maria Christina Carvalho
Fonte: Valor Econômico, 01/02/2005, Finanças, p. C10

O Bradesco espera aumentar a carteira de crédito de 20% e 22% neste ano, apesar de prever que a economia vai crescer 3,6%, menos do que os cerca de 5% de 2004. Expansão dessa magnitude era esperada no ano passado, mas não se concretizou por causa da apreciação do real e seu impacto nas operações com pessoas jurídicas indexadas ao câmbio. Agora, porém, o presidente do Bradesco, Marcio Cypriano, espera um aumento de 8% na carteira de grandes empresas e prevê que o dólar vai fechar o ano a R$ 2,85 em comparação com R$ 2,6544 no final de 2004. Além disso, o Bradesco está jogando todas as fichas na previsão de aumento do crédito para pessoa física, embalado nos acordos que selou no final do ano passado, comprometendo R$ 27,3 bilhões. Somente no crédito consignado o Bradesco comprometeu-se a dar funding para R$ 18,7 bilhões a cinco bancos médios, BMC, Bonsucesso, Cruzeiro do Sul, Panamericano e Paranabanco. Liberou R$ 4 bilhões para clientes com cartões Visa; e, além disso, fez acordos de R$ 3 bilhões com a gigante do varejo Casas Bahia, e de R$ 1,5 bilhão com a rede de varejo que opera no Paraná e Santa Catarina, Salfer. Questionado sobre os resultados da estratégia calcada em um crédito de spread menor, Cypriano não se abalou. Para o analista Pedro Guimarães, do ING, o banco tem a seu favor uma base ampla de captação de recursos a baixo custo. Cypriano afirmou que o governo está na estratégia certa ao elevar os juros para combater a inflação. Prevê que a Selic vai subir até 19% até março para iniciar um movimento de queda no segundo semestre e fechar o ano em 16%. Apesar disso, a inflação esperada para o ano é de 5,6%, acima da meta, mas "com viés de baixa", disse Cypriano. (MCC)