Título: Estado de São Paulo aumenta participação no PIB em 2005
Autor: Grabois , Ana Paula
Fonte: Valor Econômico, 26/11/2007, Brasil, p. A3

A economia de São Paulo voltou a ganhar participação no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 2005. Após perder espaço nos dois anos anteriores, a fatia do Estado aumentou de 33,1% para 33,9%, de acordo com os dados do PIB regional divulgados ontem sob a nova metodologia de cálculo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na avaliação do gerente de Contas Regionais do IBGE, Frederico Cunha, o ritmo mais forte de crescimento da economia paulista em relação ao resto do país explica boa parte da reversão de perda de participação. Em 2005, a economia de São Paulo registrou alta de 3,6%, enquanto a média nacional ficou em 3,2%.

Outro fator, diz Cunha, corresponde ao aumento do peso dos serviços (de 50% para 66%) no PIB, segundo a nova metodologia do IBGE. O setor apresentou bom desempenho no Estado e ganhou participação sobre os demais Estados. A maior parte da atividade de intermediação financeira prestada por bancos, seguradoras e corretoras, por exemplo, segundo o novo PIB, ficou concentrada em São Paulo, com 51% em 2005, ante fatia de 48,6% do ano anterior.

No comércio nacional, a economia paulista também aumentou sua fatia, de 31,7% em 2004 para 33,4%, ao apresentar alta de 2,6% em 2005 no segmento. "O novo PIB mostrou uma mudança estrutural, com o aumento do peso dos serviços e a redução da importância da indústria. E São Paulo tem uma economia mais integrada e reage mais rápido em momentos de expansão ou de queda", afirmou Cunha.

O Estado ainda recebeu impacto positivo na indústria de transformação, cujo crescimento chegou a 1,8% para uma média nacional inferior, de 1,2%. Mesmo com a redução do peso industrial na composição do novo PIB, São Paulo aumentou sua participação na comparação com os demais Estados dentro do setor, de 42,7% para 44% entre 2004 e 2005.

O Rio de Janeiro, segundo maior PIB regional, manteve a participação de 11,5% no PIB nacional nos dois períodos em razão da perda de participação da indústria extrativa na economia do país. Apesar de registrar expansão de 14,2% no setor extrativo, impulsionado pela atividade de petróleo e gás, o PIB fluminense cresceu apenas 2,9%, abaixo do resultado nacional. Contribuíram para o desempenho pior as quedas de 2,1% na indústria de transformação e de 0,3% nos serviços de utilidade pública (distribuição de energia elétrica e de água e esgoto).

O PIB per capita de São Paulo, em 2004, atingiu R$ 16.158 na nova metodologia, diante de R$ 13.725 no cálculo anterior. O Rio de Janeiro, que na metodologia antiga tinha o segundo maior PIB per capita do país, com R$ 14.639 em 2004, viu o indicador pular para 14.664. A liderança do ranking do PIB per capita continuou com o Distrito Federal que atingiu em 2004, pela nova metodologia, R$ 30.991, diante de R$ 19.071 registrados anteriormente.

Para Cunha, a concentração da produção da riqueza nacional foi mantida. Nos dois períodos analisados, apenas sete Estados da 27 unidades da Federação detiveram 75,2% do PIB nacional. Entre as regiões, os Estados do Sul perderam participação no PIB devido principalmente à seca que afetou a atividade agrícola e aos menores preços da soja, que passou de 17,4% para 16,6%. No Centro-Oeste, a fatia caiu de 9,1% para 8,9% devido a problemas na agricultura do Mato Grosso do Sul. Nas demais regiões, o IBGE constatou aumentos. A participação do Norte cresceu de 4,9% para 5%, enquanto a do Nordeste passou de 12,7% para 13,1%. A região Sudeste respondia por 56,5% do PIB do Brasil em 2005, ante 55,8% em 2004.