Título: ONG projeta nível de CO2 a ser emitido por Angra 3
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Fonte: Valor Econômico, 27/11/2007, Brasil, p. A5

As emissões de gás carbônico provocadas pela operação da usina nuclear de Angra 3 poderão atingir até 400 gramas de gás carbônico CO2 por quilowatt-hora de energia gerada, segundo estudo divulgado pela entidade ambientalista Greenpeace. De acordo com o relatório, apresentado durante audiência pública promovida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o nível mínimo de emissões na atmosfera seria de 150 gramas de CO 2 por quilowatt- hora.

Segundo a coordenadora da Campanha de Energia do Greenpeace, Rebeca Lerner, o objetivo do relatório é "rebater esse argumento de que a energia nuclear seria uma energia mais limpa e uma solução para o aquecimento global". A entidade é contra a retomada da usina e o uso da tecnologia nuclear para geração de energia de modo geral.

Rebeca diz que o índice mínimo de emissões projetado no estudo para Angra 3 "é menor do que o de uma termelétrica a diesel ou a carvão mineral, mas é mais alto do que uma hidrelétrica, que o uso da biomassa, da energia eólica ou da energia solar".

De acordo com o documento, o índice de emissões de uma usina como Angra 3 seria cerca de cinco vezes mais alto do que a poluição atmosférica gerada pela energia solar e pela energia eólica. As emissões de uma usina hidrelétrica oscilariam entre 20 e 300 gramas de CO2 por quilowatt-hora, índice menor que o da geração de energia nuclear.