Título: Os bancos médios mantêm vantagem
Autor: Carvalho , Maria Christina
Fonte: Valor Econômico, 27/11/2007, Finanças, p. C1

Os bancos pequenos e médios mantiveram a dianteira em relação aos grandes no terceiro trimestre e até aceleraram o passo.

Em uma amostra de dez bancos pequenos e médios reunida pela consultoria Austin Ratings, a carteira de crédito cresceu 75,5% nos doze meses terminados em setembro, atingindo R$ 22,6 bilhões. Já seis dos maiores bancos de varejo registraram um aumento de 28,3% no crédito no mesmo período, para R$ 528,5 bilhões. No primeiro semestre, os bancos médios já estavam na frente, com uma expansão do crédito de 68,4% em doze meses para 28,2% dos grandes.

Para o presidente da Austin Rating, Erivelto Rodrigues, não resta outra saída aos bancos brasileiros do que aumentar o crédito diante da baixa dos juros e dos limites ao aumento da receita com serviços.

A análise é especialmente válida para os bancos médios, que acabaram de aumentar o capital em ofertas públicas de ações (IPO, na sigla em inglês) e precisam tornar esse capital rentável para dar lucro aos novos acionistas. Os bancos médios aumentaram o patrimônio em 169,7% nos doze meses terminados em setembro. Já os grandes em 26,6% no mesmo período.

Mas, os grandes bancos ainda são mais rentáveis, apesar de a receita com crédito e de serviços ter crescido mais nos pequenos e médios. A receita com crédito saltou 54,9% nos bancos médios nos doze meses terminados em setembro e apenas 9,3% nos grandes. As receitas com serviços cresceram 27,6% e 11,8%, respectivamente. Já as receitas com títulos registraram um aumento praticamente igual, de 3,6% nos médios e 3,8% nos grandes.

O retorno médio anualizado sobre o patrimônio líquido ficou em 26,2% nos bancos de varejo, acima dos 21,5% de igual período de 2006; e em 12,6% nos médios, abaixo dos 18,6% do ano anterior.