Título: BNB pode aplicar R$ 8 bilhões em 2008
Autor: Aguilar , Adriana ; Cezar , Genilson
Fonte: Valor Econômico, 27/11/2007, Especial, p. F4

Grande parte das iniciativas do empresariado no Nordeste tem contado com o suporte financeiro dos bancos estatais e de instituições financeiras internacionais. "Nossa função é agilizar os investimentos no Nordeste", assegura Roberto Smith, presidente do Banco Nacional do Nordeste (BNB) Para 2008, as aplicações deverão atingir a soma de R$ 8 bilhões, segundo ele, dos quais 30% irão para a Bahia, maior economia da região.

"O banco vem se modernizando, se adequando às regras do mercado financeiro, e se coloca ao lado dos empresários para dar suporte à expansão da economia nordestina. Nossa função é sermos coadjuvantes no apoio à presença do empresariado na região", diz Smith.

Das aplicações previstas, R$ 5,1 bilhões serão feitos com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Neste ano, até outubro, foram aprovados projetos de cerca de R$ 3,2 bilhões, dos quais cerca de R$ 375 milhões tiveram como destino o financiamento para infra-estrutura e R$ 536 milhões para comércio e serviços. A meta é fechar 2007 com empréstimos concedidos no valor de R$ 4,8 bilhões, atendendo a todos os portes de empresas.

Os R$ 3,2 bilhões desembolsados, de janeiro a outubro deste ano, referem-se a 13.684 pedidos de financiamentos. Foram feitos por micro, médias e grandes empresas. "Ainda estamos com 20.711 propostas em carteira", explica o superintendente da area de negócios do BNB, Valter Freitas.

Em 2006, o volume de operações contratadas pelo BNB com recursos do FNE alcançou cerca de R$ 4,5 bilhões. Do total, R$ 686 milhões foram destinados ao setor de comércio e serviços.

No Nordeste, o FNE é uma importante fonte de financiamento para as empresas. O fundo é composto por parte dos recursos arrecadados com os impostos. As contratações do FNE, entre 2003 e 2006, atualizadas, correspondem a R$ 13,6 bilhões, valor que representa 40,4% do total de R$ 33,8 bilhões já financiados pelo fundo desde a sua criação, em 1989. No fim de 2006, o total de propostas em carteira somava quase R$ 2 bilhões.

Pelo importante destaque da atividade de turismo, o Nordeste conta ainda com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) como um dos principais financiadores de projetos de infra-estrutura para essa área.. Por meio da linha Programa de Desenvolvimento do Turismo (Prodetur), o BID já comprometeu o total de US$ 640 milhões em diferentes municípios da região.

Também, com recursos do FNE, há o Programa de Apoio ao Turismo Regional (Proatur), voltado ao setor privado. A linha de financiamento atende a implantação, ampliação, modernização e reforma de empreendimentos do setor turístico no Nordeste.

No Proatur, o limite de endividamento por grupo econômico corresponde a cerca de R$ 290 milhões. O prazo de financiamento é de até 12 anos, com até quatro anos de carência, de acordo com a capacidade de pagamento do tomador. O mesmo ocorre com a taxa de juro. Pode variar de 7,25% ao ano até 11,50% ao ano, conforme o porte da companhia que tomou o empréstimo.

Tanto o Prodetur como o Proatur atingem os nove Estados do Nordeste, além do norte de Minas Gerais e Espírito Santo. O crédito oferecido pode ser aplicado em obras de infra-estrutura (saneamento, transportes, urbanização e outros), projetos de proteção ambiental, do patrimônio histórico e cultural, projetos de capacitação profissional e fortalecimento institucional das administrações de Estados e municípios.

Outra importante linha de financiamento é o Programa de Financiamento à Infra-estrutura Complementar da Região Nordeste (Proinfa), também com recursos do FNE. A linha é voltada à implantação, expansão, modernização e relocalização de empreendimentos de fornecimento de serviços de infra-estrutura como geração e distribuição de energia, recursos hídricos, saneamento básico, transporte e logística, telecomunicações, instalação de gasodutos e produção de gás.