Título: Oposição avalia ser majoritária e acelera votação
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Fonte: Valor Econômico, 23/11/2007, Política, p. A10

Senadores do DEM e PSDB vão se reunir na terça-feira para definir uma estratégia para acelerar no Senado a tramitação da proposta que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) até 2011. A oposição decidiu mudar de estratégia porque percebeu que, até agora, o governo não tem os 49 votos necessários para aprovar a prorrogação do "imposto do cheque".

Em vez de retardar a tramitação da CPMF - como vinham fazendo até agora - DEM e PSDB querem a votação da matéria o mais rápido possível para evitar que o governo se articule com votos favoráveis à prorrogação.

"Se os 27 senadores do DEM e do PSDB votarem contra a CPMF, hoje teremos votos para ganhar. Acelerar é usar o regimento, podemos quebrar interstícios e aprovar uma eventual convocação extraordinária", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

Segundo o parlamentar, a oposição reúne hoje 35 votos contra a prorrogação da CPMF - os 27 do DEM e PSDB e outros oito colhidos em partidos aliados do governo. "Desse total, achamos que o governo pode cooptar dois ou três votos, mas mesmo assim teremos votos para que a CPMF não seja prorrogada. Nós precisamos ter 33 votos (para evitar os 49 votos favoráveis à CPMF)", avalia.

Na reunião, Demóstenes disse que DEM e PSDB vão fazer um balanço com todos os parlamentares para calcular se efetivamente os 27 senadores da oposição vão votar contra a prorrogação da CPMF - já que alguns tucanos ameaçam nos bastidores votar com o governo diante da pressão de governadores do partido pela manutenção do "imposto do cheque".

O governo corre contra o tempo para aprovar a prorrogação da CPMF até o dia 31 de dezembro porque a contribuição perderá a vigência nesta data. Mas admite ganhar tempo quando a matéria retornar à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se perceber que ainda não tem os votos favoráveis à matéria.

"O prazo de tramitação na CCJ é de até 30 dias, com 15 dias para a apresentação do relatório. Eu vou apresentar quando tiver votos para aprovar", disse o senador Romero Jucá (PMDB-RR), que relata a prorrogação da CPMF na CCJ.