Título: Alusa e Petrobras selam um contrato de R$ 422 milhões
Autor: Capela, Maurício
Fonte: Valor Econômico, 23/10/2007, Empresas, p. B8

A brasileira Alusa venceu a licitação da estatal Petrobras para a construção da unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba, localizada em Ubu (ES). Mas, além de abocanhar um contrato de R$ 422 milhões, a vitória é significativa, porque pela primeira vez a companhia nacional será responsável por um projeto completo da estatal.

Segundo José Lázaro Rodrigues, diretor da Alusa, responder pelo projeto inteiro significa garantir o serviço da montagem, a compra do material e realizar a construção. A unidade, que vai gerar 500 empregos durante o período de obras e tem previsão para entrar em operação em janeiro de 2009, deverá começar a sair do papel já em janeiro do próximo ano.

De acordo com as especificações técnicas, a Unidade de Tratamento de Gás Sul terá capacidade para tratar 2,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Por meio de um gasoduto de 83,5 quilômetros de extensão, o gás virá dos campos do Parque das Baleias (da Petrobras) e Parque das Conchas (da Shell), chegando à unidade que terá a função de purificar o insumo e deixá-lo pronto para ser distribuído pela rede da Petrobras.

Dona de um faturamento próximo dos R$ 700 milhões, segundo previsões para 2007, a Alusa vai receber os R$ 422 milhões pelos próximos 30 meses. Portanto, nos cálculos do diretor da empresa brasileira, serão R$ 140 milhões este ano, o que equivale a um acréscimo de 20% na receita anual.

Mas não é apenas de contratos de construção de unidades de gás que vive a Alusa. A empresa tem também um pé no setor de geração de energia e outro no segmento de linhas de transmissão de energia.

Controlada pela família Godoy Pereira, a companhia nacional entrou pela primeira vez no setor de geração em dezembro de 2005, quando arrematou dois dos sete lotes disponíveis no leilão de geração de energia. E isso significa investimentos de R$ 490 milhões para os próximos anos.

Já no segmento de linhas de transmissão a empresa também mostra disposição. Tanto que no leilão de novembro do ano passado, por exemplo, a Alusa adquiriu duas linhas de transmissão, que juntas têm 212 quilômetros de extensão. Naquela oportunidade, inclusive, o diretor da companhia afirmou que seria necessário investir R$ 90 milhões para erguer os dois empreendimentos.

Atualmente, a Alusa tem 11 empresas transmissoras de energia no Brasil e uma no Chile. Juntas, portanto, somam 3,491 mil quilômetros de linhas, que demandam investimentos de R$ 3,24 bilhões.